Maioria das UBS tem apenas um médico, aponta levantamento

Rovena Rosa/Agência Brasil

O levantamento do Ministério da Saúde mostra também que 62,8% das UBS realizam avaliação multidimensional de idosos - Rovena Rosa/Agência Brasil
O levantamento do Ministério da Saúde mostra também que 62,8% das UBS realizam avaliação multidimensional de idosos
Por Bianca Bibiano [email protected]

Publicado em 01/07/2025, às 12h21 - Atualizado às 20h01

São Paulo, 01/07/2025 - As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são os principais pontos de referência em saúde pública nos municípios brasileiros, porém, mais da metade (59,3%) delas têm apenas um médico cadastrado. O dado faz parte de um censo nacional publicado na segunda-feira (30) pelo Ministério da Saúde e destaca os serviços oferecidos e a estrutura das unidades.

O levantamento concentra informações de quase 50 mil UBS e mostram que em 65,8% delas também só há um enfermeiro cadastrado. Além disso, em cerca de 3% não há médico ou enfermeiro cadastrado e em 20% não há presença de dentistas.

A maior parte das UBS identificadas no Censo se encontra na região Nordeste, que reúnde 39% do total. Em seguida, aparece em maior número a região Sudeste, que concentra 30% do total de unidades analisadas. As menores porcentagens estão nas regiões Sul (15%), Norte (9%) e Centro-Oeste (7%).

Segundo o Ministério da Saúde, o Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde tem como foco fortalecer as ações de atenção primária à saúde, "articulado à retomada das equipes multiprofissionais, à agenda nacional de promoção da saúde, ao cuidado integral nos diferentes ciclos de vida e as ações do programa Brasil Sorridente".

Atendimento à pessoa idosa nas UBS

O levantamento mostra também que 62,8% das UBS realizam avaliação multidimensional do idoso, enquanto 73,2% oferecem apoio e orientação a cuidadores de idosos sobre alimentação adequada e saudável para pessoa idosa com base no Guia Alimentar para a População Brasileira. Além disso, 64,3% das UBS utilizam a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.

No que diz respeito ao acompanhamento de doenças crônicas, 97% das UBS realizam consulta médica para diabetes e aferição de pressão arterial. Porém, em 34,5% das UBS os usuários nunca receberam medicamentos para asma.

Outro dado que chama a atenção é que 18,4% das UBS foram afetadas por desastres ambientais ou climáticos nos últimos cinco ano. A região Sul é a que registrou a maior incidência, com 30% das UBS tendo sido afetadas, fator possivelmente atrelado às enchentes de 2024. 

Agendamento de consultas é presencial na maior parte das UBS

No que diz respeito à comunicação, o censo do Ministério da Saúde mostra que, embora o aplicativo WhatsApp seja usado por 66% dos profissionais da atenção primária e profissionais de outros pontos da rede, a ferramenta só é utilizada para marcações de consulta em 32% das unidades.

O agendamento presencial ainda é o sistema mais utilizado, sendo o principal meio de agendamento em 93% das unidades. Já o aplicativo oficial Meu SUS Digital foi utilizado para agendamento em apenas 0,7% das consultas registradas no levantamento.

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