Israel anuncia projeto de assentamento que críticos dizem que dividirá a Cisjordânia

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não comentou publicamente o plano, mas já o defendeu no passado - RS/Fotos Públicas
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não comentou publicamente o plano, mas já o defendeu no passado

Por Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 14/08/2025, às 19h25

Washington, 14/08/2025 - O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de extrema-direita, afirmou hoje que uma nova e polêmica construção de assentamento na Cisjordânia ocupada por Israel seguirá adiante - um projeto que palestinos e grupos de direitos humanos temem que inviabilize os planos para um Estado palestino ao dividir, na prática, o território palestino em duas partes.

O ministro Bezalel Smotrich declarou que a construção, que deve receber aprovação final ainda neste mês, poderá frustrar os planos de criação de um Estado palestino. O anúncio ocorre enquanto diversos países, incluindo Austrália, Reino Unido, França e Canadá, afirmam que reconhecerão o Estado palestino em setembro, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

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A construção será feita em uma área a leste de Jerusalém conhecida como E1, cujo projeto está em análise há mais de duas décadas. A iniciativa é particularmente controversa porque se trata de um dos últimos elos geográficos entre as principais cidades da Cisjordânia, Ramallah e Belém.

As duas cidades ficam a 22 quilômetros de distância em linha reta, mas, com a conclusão do projeto em E1, não será mais possível um trajeto direto entre elas. Palestinos que viajarem de uma a outra terão de continuar fazendo um amplo desvio de vários quilômetros, passando por diversos postos de controle - um processo que pode acrescentar horas à viagem.

"Essa realidade finalmente enterra a ideia de um Estado palestino, porque não há nada para reconhecer e ninguém para reconhecer", disse Smotrich durante uma cerimônia nesta quinta-feira. "Qualquer um no mundo que tente hoje reconhecer um Estado palestino receberá uma resposta nossa no terreno."

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não comentou publicamente o plano nesta quinta-feira, mas já o defendeu no passado.

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