Brasília, 01/07/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 1º, que é preciso diminuir os privilégios de alguns para dar para outros. “Ninguém está querendo tirar nada de ninguém. Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito aos outros. É só isso que nós queremos”, afirmou na cerimônia de lançamento do Plano Safra 2025/2026, no Palácio do Planalto.
No discurso, Lula criticou o que chamou de “indústria de lobby”. “A gente queria taxar essas bets, essas fintechs, sei lá, essa coisa que você não consegue mais ver televisão, porque é tanta propaganda de aposta que você nem sabe mais onde apostar”, reclamou. Ele disse que há quem se rebele dizendo que há aumento de impostos, mas negou que o governo esteja elevando a carga tributária.
“Não é aumento de imposto. Se vocês forem sinceros com a consciência de vocês, vocês vão perceber que a carga tributária desse governo hoje, porcentualmente, é menor do que era em 2011”, afirmou.
E completou: “O que a gente está fazendo não é tentar aumentar imposto, é tentar fazer uma tributação mais justa e mais correta”.
O presidente negou que a agenda de seu governo seja voltada a assuntos que tenham repercussão eleitoral. "Olha que aconteceu na indústria, fazia dez anos que não crescia e cresceu agora por causa de um programa novo e várias medidas que tomamos. Vocês acham que as coisas que a gente faz são por interesse eleitoral? Vocês acham que eu ia fazer uma reforma tributária que não vai trazer nenhum benefício para nenhum eleitor até 2026? Os benefícios são a partir de 2027", disse o presidente.
"Como alguém tem coragem de falar em responsabilidade fiscal no nosso governo? Se vocês forem pensar bem, durante 2003 a 2010, o Brasil foi o único país do G20 a fazer superávit primário em todo ano. Vocês acham que se eu estivesse pensando pequeno iríamos fazer uma política fiscal com o arcabouço fiscal?", afirmou.
O presidente se posicionou contra medidas para rever a indexação do salário mínimo a benefícios sociais e de alteração do Benefício de Prestação Continuada (BPC). "Sabem quanto temos em desoneração e isenções fiscais? R$ 680 bilhões. E fico triste quando vejo as pessoas jogarem as culpas em cima dos doentes, do BPC, do Bolsa Família, do Pé-de-Meia", concluiu.