Meio ambiente: País só recicla 21% do plástico de forma mecânica

Envato

Relatório mostra que índice de reciclagem mecânica para embalagens plásticas foi de 21% em 2024 - Envato
Relatório mostra que índice de reciclagem mecânica para embalagens plásticas foi de 21% em 2024

Por Talita Nascimento, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 25/09/2025, às 12h05

São Paulo, 25/09/2025 - Após um ano de retração em 2023, a indústria de reciclagem de plásticos no Brasil demonstrou sinais de recuperação em 2024. O índice de reciclagem mecânica para embalagens plásticas pós-consumo alcançou 24,4%, enquanto o índice geral para todos os tipos de plásticos foi de 21%. Os dados são do estudo anual encomendado pelo Movimento Plástico Transforma, iniciativa do PICPlast - parceria entre a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) e a Braskem.

No entanto, os índices ainda estão distantes de seu pico, em 2022, quando se atingiu 28,7% em embalagens e 25,6% em todos os tipos de plásticos. O faturamento da indústria de reciclagem mecânica foi de R$ 4 bilhões, um aumento nominal de 5,8% em relação a 2023.

"A melhora não compensou a queda de 2023. Em 2024, houve melhora em relação aos índices de 24,3% em embalagens e 20,6% em todos os plásticos, mas não recuperamos as quedas. Estamos muito longe das marcas de 2022", afirmou o diretor de química sustentável e reciclagem da MaxiQuim, Maurício Jaroski.

Leia também: Tudo que você precisa saber para começar a reciclar

Realizado pela consultoria MaxiQuim, o levantamento monitora os indicadores da reciclagem mecânica no País desde 2018, com o objetivo de acompanhar as metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Em termos absolutos, a produção brasileira de resina pós-consumo (PCR) alcançou 1,012 milhão de toneladas em 2024. O México, por exemplo, reciclou 1,53 milhão de toneladas no mesmo período, enquanto toda a América Latina somou 3,79 milhões de toneladas, segundo dados de 2023, que são os mais recentes disponíveis para a região. Na Europa, a produção foi de 7,1 milhões de toneladas em 2023, mas com queda de 8% em relação ao ano anterior.

Leia também: 5 passos para descartar eletrônicos usados sem prejudicar o meio ambiente

"Em 2024, a indústria de reciclagem apresentou uma recuperação tímida após o desempenho fraco de 2023. O prolongado ciclo de baixa das commodities petroquímicas seguiu pressionando a competitividade dos reciclados, com os preços das resinas de primeiro uso reduzindo o interesse da indústria de transformação por matéria-prima reciclada e dificultando o repasse de custos", explica Jaroski, e completa:

"Apesar das dificuldades, houve alguns sinais positivos: setores ligados a compromissos ESG e metas de circularidade, como grandes embaladores e marcas de consumo, mantiveram demanda constante para determinadas aplicações, em linha com seus objetivos."

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Últimas Notícias