Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]O isolamento social na pandemia acelerou a substituição de dispositivos eletrônicos com aumento de 93% nas buscas no Brasil entre abril e junho de 2020, segundo a FGV. Isso levantou uma questão: para onde foram os aparelhos antigos?
De acordo com o The Global E-Waste Monitor, a produção mundial de lixo eletrônico atingiu 62 milhões de toneladas em 2022, com apenas 22,3% desse volume sendo coletado e reciclado de maneira adequada.
Esse montante cresce, em média, 2,6 milhões de toneladas por ano, e pode chegar a 82 milhões de toneladas até 2030, o que evidencia uma lacuna crescente entre o volume produzido e a capacidade de reciclagem.
Apenas em 2019, computadores (desktop e portáteis) contribuíram com 6,7 milhões de toneladas, ou 12,5% do lixo eletrônico total. No Brasil, acessórios como cabos, mouses e teclados foram os itens mais descartados nesse mesmo ano, revelando a importância do descarte correto desses produtos.
Descartar eletrônicos e pilhas de forma imprópria é perigoso: metais tóxicos como mercúrio, chumbo e cádmio podem contaminar solo, água e ar, resultando em problemas ambientais e danos à saúde humana, como prejuízos neurológicos, renais e respiratórios.
A logística reversa devolve ao ciclo produtivo itens que atingiram o fim de sua vida útil, garantindo coleta, transporte, triagem e reciclagem por empresas especializadas.
A reciclagem de eletrônicos gera emprego, evita emissões de CO₂, reduz a necessidade de extração de matérias-primas virgens e tem grande relevância econômica e ambienta.
Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)
A Green Eletron, gestora da logística reversa, opera 228 coletores fixos em São Paulo e Distrito Federal, recebendo notebooks, monitores, impressoras, celulares, mouses, teclados, cabos, pilhas, baterias e pequenos eletroportáteis. Também firmou parcerias, como com o Pólis do CPQD em Campinas, que mantém coleta permanente para colaboradores e visitantes.
Coleta domiciliar
Algumas cidades já oferecem coleta residencial de lixo eletrônico, facilitando ainda mais o processo para quem tem dificuldades de acesso a pontos fixos.
A quantidade de e‑waste cresce aceleradamente —de 62 milhões de toneladas em 2022 para projeções de 82 milhões até 2030— e menos de um quarto dele é reciclado corretamente. Com o uso crescente desses dispositivos (como evidenciado pelo aumento na demanda durante a pandemia), torna-se urgente refletir sobre o destino dos aparelhos antigos.
A logística reversa é a solução, mas depende da participação ativa dos cidadãos. Usar os pontos de entrega voluntária ou a coleta domiciliar não é apenas correto, é uma atitude que protege o meio ambiente, gera empregos, reduz emissões e conserva recursos. Faça sua parte e descarte seus eletrônicos com consciência.
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