Ministro crê em apoio do Congresso para aprovar plano de socorro pós-tarifaço

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

"Acho muito difícil o Congresso não aprovar essa MP", declara o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
"Acho muito difícil o Congresso não aprovar essa MP", declara o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar

Por Isadora Duarte, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 25/08/2025, às 12h42
Brasília, 25/08/2025 - O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, acredita que o Congresso Nacional terá "sensibilidade" ao pacote antitarifaço, plano de socorro aos setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos, enviado pelo governo federal pela Medida Provisória nº 1.309/2025 em 13 de agosto.
"O Congresso Nacional será importante para aprovar e melhorar essa medida. Na minha opinião, esse programa será muito bem aceito, porque dialoga com a base dos congressistas que vão querer socorrer os produtores de mel e pescados que deixarão de exportar aos EUA", afirmou. "É um tema sensível para o agro e de interesse dos governos estaduais, portanto, creio que o Congresso terá alta sensibilidade e prioridade a esse programa", disse o ministro, em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira. A MP precisa ser avaliada pelo Congresso em 120 dias.
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No âmbito da MP, o governo regulamentou mecanismos de compras governamentais flexibilizadas para absorver parte dos produtos que deixarão de ser exportados ao mercado norte-americano em virtude da sobretaxa de 50%. A medida foi regulamentada em portaria publicada na última sexta-feira e terá validade de 180 dias.
"Acho muito difícil o Congresso não aprovar essa MP. Creio que o Congresso tem simpatia por essa medida das compras governamentais, porque dialoga com a economia agrícola. Essa medida pode ainda ser transformada em medida mais permanente condicionada à solução dessa questão com os Estados Unidos", declarou o ministro.

Negociação

Em paralelo ao socorro aos setores afetados e às medidas para redirecionamento dos produtos perecíveis, o governo seguirá em negociação com os Estados Unidos para diminuir a tarifa e retirar mais produtos da lista sujeita à sobretaxa de 40%, em vigor desde 6 de agosto. "O tarifaço surpreendeu o governo brasileiro, dado que não tem razão econômica. Os EUA não têm como substituir produtos agrícolas brasileiros e eles não prejudicam a economia americana, mas sim são essenciais", observou.
O ministro lembrou ainda que produtos como café, carne bovina, mel, açaí e pescados foram mantidos na lista do tarifaço, apesar de outros 694 itens terem sido excetuados. "O primeiro passo é continuar a negociação, ao mesmo temo que os importadores americanos de produtos brasileiros estão reagindo ao tarifaço e pedindo exceção. Há também um esforço da diplomacia brasileira para vender esses produtos a outros mercados", acrescentou.

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