'Não estou fixado na data', afirma Haddad sobre início das tarifas dos EUA

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro relatou ter ouvido de empresários que está havendo maior abertura por parte de autoridades americanas - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro relatou ter ouvido de empresários que está havendo maior abertura por parte de autoridades americanas

Por Cícero Cotrim e Gustavo Nicoletta, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 29/07/2025, às 09h46 - Atualizado às 10h21
Brasília e São Paulo, 29/07/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que a data prevista para que as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros - a próxima sexta-feira - não é o ponto mais importante sobre o tema.
"Eu não estou muito fixado na data, porque, se nós ficarmos apreensivos com ela, podemos inibir que a conversa transcorra com mais liberdade, com mais sinceridade entre os dois países", disse Haddad a jornalistas, na portaria do Ministério da Fazenda, em Brasília. "Nós vamos prosperar nas negociações."
O ministro relatou ter ouvido de empresários que está havendo maior abertura por parte de autoridades americanas para debater as tarifas. Ele afirmou, ainda, que o dia 1º de agosto não é uma data "fatídica", porque pode ser alterada. Além disso, as medidas podem ser revertidas por meio de negociações, ele disse.
Leia também: Alckmin diz que foco do governo é negociar com EUA alternativa à tarifa de 50%
O foco do governo é obter resposta das autoridades americanas sobre as duas cartas já enviadas, afirmou o ministro. Sobre uma possível ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente americano, Donald Trump, Haddad disse que os canais de comunicação com o governo brasileiro "estão abertos." No entanto, ele ponderou que é necessário seguir um protocolo internacional, para que o Brasil "se coloque dignamente à mesa".
"Tem de haver uma preparação antes, para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam respeitados à mesa de negociação", acrescentou, aproveitando para acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro de ter sido o "mais subserviente".
 Haddad disse que está "muito confiante" de que o plano de contingência desenhado pelo governo por causa das tarifas vai servir para cuidar das empresas e trabalhadores do Brasil. Indagado sobre a possibilidade de um programa para manter empregos, nos moldes de ações adotadas durante a pandemia, ele afirmou que é uma possibilidade.
"Entre os vários cenários, há um que estabelece esse tipo de [ação]. Mas eu não sei qual é o cenário que o presidente vai optar, por isso, não posso adiantar as medidas que serão anunciadas por ele", afirmou.
Haddad acrescentou que o "ponto de vista" do governo brasileiro está ficando mais claro em relação ao tema das tarifas. Ele acrescentou que não se pode deixar que "temas alheios ao governo brasileiro" sejam motivo para recrudescimento de tensões, e destacou o esforço do vice-presidente Geraldo Alckmin nas negociações.
O ministro disse que Alckmin, teve ontem a "terceira e mais longa" conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
"O vice-presidente Alckmin tem feito um esforço monumental de conversar com a sua contraparte. Ontem mesmo houve uma conversa mais longa, terceira e mais longa conversa que tiveram", disse Haddad a jornalistas nesta manhã, na portaria do Ministério da Fazenda, em Brasília.

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