São Paulo, 16/06/2025 - Todos os jogadores do Palmeiras que falaram com a imprensa após o empate sem gols com o Porto, no domingo, demonstraram frustração, mas mais orgulho pela atuação da equipe, que dominou parte importante da partida e não teve a eficácia necessária para vencer seu primeiro compromisso no Mundial de Clubes, nos Estados Unidos.
O desempenho, avaliam os atletas, é uma prova de que o Palmeiras pode competir em condições parelhas com rivais europeus, ainda que o Porto não esteja no primeiro escalão entre os clubes da Europa.
"Nós mostramos que podemos bater de frente com qualquer time", enfatizou Estêvão, eleito o melhor em campo. "A gente está aqui para mostrar que somos o Palmeiras. Conseguimos impor nosso jogo, tivemos um bom volume de finalizações".
Estêvão foi um dos que perdeu uma das três chances mais claras criadas em sequência no fim da primeira etapa. Foram mais lances de perigo na etapa final, um deles com o zagueiro Murilo, que acertou de cabeça a trave. "O Palmeiras sempre chega, é muito grande. A gente veio muito bem preparado fisicamente e mentalmente", disse o defensor.
Mesmo pensamento tem Paulinho, camisa 10 que entrou no segundo tempo e deu mais frescor ao time. "Mostramos o nível que o Palmeiras joga", resumiu ele. "Criamos muitas chances dentro desse nosso jeito de jogar, e infelizmente o gol não saiu."
O meio-campista Aníbal Moreno soube um dia antes que seria titular. Emi Martínez ficou no banco e Abel mostrou ter acertado em sua decisão. Ninguém recuperou mais bolas que o argentino, com seis retomadas.
"Não sei se as duas equipes mereceram o mesmo. Tivemos mais chances, mais ocasiões claras. Fizemos muito mais para levar os três pontos e saímos frustrados", admitiu Moreno. "Enfrentamos um grande rival e mostramos que podemos competir".
O que faltou para vencer? "Fazer o gol", respondeu o volante, com um famoso clichê.
Na avaliação de Abel, seus atletas mantiveram a identidade de jogo e, se o desempenho não foi extraordinário, o time mostrou um atributo importante: o equilíbrio. "Nós não somos excepcionais num ponto do jogo, mas somos equilibrados em todos, portanto, seja contra quem for, nós temos uma forma de jogar e vamos jogar da nossa maneira".
O Palmeiras continua sua trajetória no Mundial contra o Al-Ahly, em duelo marcado para quinta-feira, às 13h (de Brasília), de novo no Metlife Stadium. Nenhum dos quatro que compõem o Grupo A venceu e marcou gols.
Como foi o jogo
Escolhas melhores e tranquilidade no momento de definir os lances poderiam ter assegurado a vitória ao Palmeiras em seu início no Mundial. O time de Abel Ferreira foi superior ao oponente português, especialmente no segundo tempo, mas perdeu as suas melhores chances, atrapalhado por Cláudio Ramos, goleiro reserva que substituiu o lesionado Diogo Costa.
Foi bom o primeiro tempo de Palmeiras x Porto, sobretudo os primeiros e últimos minutos, apesar de, ao mesmo tempo, ter sido faltosa a partida. Ambos jogaram e deixaram jogar e quem foi ao estádio - os palmeirenses eram clara maioria, atrás de um dos gols - viu um espetáculo interessante.
Armado num 3-5-2, o time de Abel Ferreira não esperou os portugueses. A postura foi agressiva, de modo que pressionou a saída de bola do rival e conseguiu boas alternativas dessa maneira.
O problema é que o pé não estava na forma, principalmente o de Estêvão, que deixou de marcar em duas oportunidades. Foram ao menos cinco boas oportunidades perdidas do time paulista na etapa inicial.
Os melhores lances começaram pelos pés de Piquerez, Maurício e Felipe Anderson. O Porto respondeu com o centroavante espanhol Samu e o jovem habilidoso Rodrigo Mora, português de 18 anos. Ambos deram trabalho para Giay, que viveu uma jornada ruim pelo lado direito.
Talvez o mais talentosos entre todos em campo, Estêvão tomou uma série de decisões erradas e atrapalhou Richard Ríos no primeiro de uma sequência de três chances que o Palmeiras empilhou no fim do primeiro tempo.
Tivesse mais calma, a equipe teria marcado em alguns dos três lances, dois deles, de Estêvão e Maurício, defendidos pelo goleiro Cláudio Ramos, e o outro salvo em cima da linha pela zaga após chute de Ríos. Piquerez ainda cobrou falta que passou perto da trave.
A produção ofensiva das equipes caiu no início do segundo tempo, em parte por culpa do juiz. O hondurenho Said Martinez não deixou a partida fluir ao apitar faltas em uma série de lances em que nada havia acontecido.
Irritado à beira do gramado e amarelado pelo árbitro, Abel viu ser necessário fazer o time aumentar o repertório. A alternativa foi usar o banco.
Paulinho, Raphael Veiga, Allan e Flaco López foram acionados. Juntos, deram mais ritmo à equipe, que apertou e deixou o Porto nas cordas nos dez minutos finais. Allan parou em Cláudio Ramos, Flaco quase fez de cabeça e Murilo cabeceou no pé da trave. Taticamente, fisicamente e tecnicamente o Palmeiras foi melhor. Insistiram muito os palmeirenses, mas a rede não balançou no Metlife.