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PF foi comunicada de alguns detalhes sobre operação no Rio, diz Lewandowski

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo Lewandowski, Lula ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais na ação no Rio  contra o Comando Vermelho - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo Lewandowski, Lula ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais na ação no Rio contra o Comando Vermelho

Por Estadão Conteúdo e Gabriel de Sousa e Gabriel Hirabahasi, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 29/10/2025, às 16h24
Brasília, 29/10/2025 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou hoje que a Polícia Federal (PF) foi comunicada de "alguns detalhes" da operação realizada no Rio de Janeiro contra a facção Comando Vermelho, no âmbito local. Segundo ele, o governo ainda não possui todos os dados da megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão.

A operação deixou ao menos 119 mortos. De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues,  a corporação não tinha conhecimento de que a ação seria deflagrada ontem. "Não fomos comunicados de que seria deflagrada neste momento. Houve um contato anterior, do pessoal da inteligência da Polícia Militar com a nossa unidade no Rio, para ver se haveria possibilidade de atuarmos em algum ponto neste contexto. A partir da análise do planejamento operacional, a nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse", disse.
Lewandowiski disse que, caso a operação exigisse a participação do governo federal, o presidente Lula deveria ter sido avisado. Lewandowski declarou ainda que as tratativas não poderiam se resumir ao "segundo ou terceiro escalão", e sim com conversas entre o governador do Rio, Cláudio Castro, e a Presidência da República.

O ministrto disse que a impressão do governo federal é de que a operação no Rio foi "extremamente cruenta e violenta". A fala do ministro ocorreu após reunião de emergência convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada. "Vamos pensar se esse tipo de ação é compatível com o Estado Democrático de Direito", disse Lewandowski. De acordo com o ministro, o Planalto entende que não basta "força bruta e física" para combater o crime organizado e não existe "bala de prata" para  isso.
Leia também: Lula se reunirá com Rui Costa para discutir operação contra o CV no Rio
O combate ao crime organizado deve ser feito de "forma conjugada e inteligente", acrescentou o ministro, mas a responsabilidade da segurança pública é dos governos estaduais. Ele também comparou a operação no Rio com as recentes ações da Polícia Federal (PF) que, segundo ele, são feitas de maneira discreta e sem vítimas fatais.
"A Polícia Federal nos últimos tempos, todos são testemunhas, fez inúmeras operações, inúmeras prisões, inúmeras arrecadações de dinheiro, armas, drogas e sempre de forma discreta, sem nenhum ferido e nenhuma morte".

PEC da Segurança

Segundo Lewandowski, o presidente Lula está "esperançoso" com a aprovação da PEC da Segurança Pública. "Com a PEC da Segurança Pública nós queremos inverter essa equação, nós queremos fazer com que as forças nacionais todas, as polícias federais, estaduais, distritais e municipais colaborem entre si, mudarmos esse paradigma", afirmou Lewandowski.
Ele revelou que Lula determinou que os auxiliares fizessem um apanhado das informações sobre a operação no Rio. O presidente também determinou que Lewandowski e  Rodrigues, se encontrem com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), ainda na uarta-feira.
Lewandowski afirmou também que o governo federal colocou à disposição do Rio vagas em presídios federais para a alocação de lideranças de facções criminosas. O ministro também disse que o Planalto vai colaborar com peritos criminais para a identificação dos corpos.

GLO

Na reunião no Alvorada não foi discutida a adoção da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), dispositivo constitucional privativo ao presidente que dá poder de polícia às Forças Armadas, afirmou o ministro, porque não houve um pedido do governo do Rio sobre o tema.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que “discorda” de quem defende que ele deveria ter pedido uma GLO para permitir uma intervenção das Forças Armadas no Estado. Durante coletiva de imprensa, o governador ressaltou que pediu apoio ao governo Lula, mas não obteve retorno.
Segundo ele, não cabe aos governadores solicitarem uma GLO, mas sim ajuda operacional e institucional. “O governador não tem que pedir GLO. O governador pede ajuda, pede gente, infraestrutura, recurso, inteligência. O instrumento jurídico quem define é o governo federal”, afirmou. Castro acrescentou que seria “um desrespeito” indicar ao Planalto qual mecanismo deveria ser utilizado, assim como seria desrespeitoso se o governo federal dissesse o que ele deve fazer no Estado.

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