São Paulo, 29/10/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que vai se reunir na manhã desta quarta-feira com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para discutir a "Operação Contenção", deflagrada ontem. O objetivo da ação é capturar lideranças criminosas do Rio de Janeiro e de outros Estados e combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV).
Considerada a mais letal da história do Estado, a ação contabilizou, até o momento, mais de 60 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte, entre moradores e policiais.
Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, Lula e Rui Costa conversaram por telefone assim que o presidente pousou em Brasília, após chegar de viagem de Kuala Lumpur, na Malásia.
O presidente ficou incomunicável durante o trajeto, e uma reunião de emergência para tratar sobre a operação foi conduzida pelo ministro da Casa Civil e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, no Palácio da Alvorada.
Trânsito liberado
Apesar da letalidade do conflito, a prefeitura da capital fluminense liberou, às 6h, as vias de acesso, decretando estágio 1 de risco, de acordo com o Centro de Operações da Prefeitura. No momento, os meios de transportes operam normalmente e todas as vias estão liberadas para o tráfego de veículos.
A região havia entrado no estágio 2 às 13h48 de terça-feira, devido a ocorrências policiais que interditaram, de forma intermitente, diversas ruas das zonas norte, oeste e sudoeste da cidade, impactando os modais de transportes e a locomoção da população pela cidade.
“O Estágio 1 é o primeiro em uma escala de cinco e significa que não há ocorrências de grande impacto. Neste estágio, podem ocorrer pequenos incidentes, mas que não interfiram de forma significativa na rotina do cidadão”, disse o Centro de Operações da Prefeitura do Rio.
A operação registrou oficialmente 64 mortos (sendo quatro policiais) e 81 presos, incluindo Thiago do Nascimento Mendes (“Belão do Quitungo”). A facção reagiu e lançou bombas por meio de drones, o que transformou a região em um cenário de guerra, com reflexos em importantes vias da cidade, como a Avenida Brasil e a Linha Amarela.
Hoje pela manhã, moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte da cidade, reuniram os corpos de mais 30 vítimas, as quais não se sabe se já foram contabilizadas pelo governo do Estado, o que elevaria significatamente o número de mortes.