Reprodução Youtube
Por Por Eduardo Puccioni e Renan Monteiro, da Broadcast
redacao@viva.com.brVrasília e São Paulo, 27/09/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que o Banco Central (BC) está tendo muito trabalho para blindar o Pix dos ataques hackers que vem sofrendo.
"O Pix está sendo atacado ciberneticamente. Estão fazendo ataques às instituições financeiras e essas instituições podem ter prejuízos milionários. Além de ataques infundados dos cartões de crédito que acham que vão perder espaço", afirmou o ministro ao participar do podcast 3 irmãos.
Leia também: Saiba como vai funcionar o Pix Automático e quando entra em vigor a novidade
Haddad lembrou ainda que tem uma preocupação das empresas de bandeiras de cartões de crédito e que o próprio governo norte-americano se manifestou com uma certa inconformidade com o Pix brasileiro. "Isso é uma coisa de gente desinformada. O Pix é uma moeda digital soberana", destacou.
Perguntando se acha que o governo americano tentou sabotar o Brasil durante a Operação Lava Jato, o ministro afirmou que não sabe se foi o governo americano, mas que teve uma linha direta da Lava Jato com interesses de fora do Brasil, não resta muitas dúvidas.
Questionado também sobre a independência do BC, o ministro esclareceu que “O Banco Central no Brasil é independente há muito tempo, antes mesmo da lei da autonomia ser aprovada. Desde o Plano Real, o Banco Central ganhou uma autonomia muito grande para proteger a moeda”, explicou.
Haddad afirmou ainda que sua conversa com o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, é muito franca. “Eu ligo e falo o que penso. O presidente do Banco Central tem que ouvir todo mundo, ouvir os economistas, os presidentes de bancos, a Fazenda”, disse Haddad, deixando claro que mesmo assim, a decisão final sobre a política monetária será sempre do BC.
Sobre a taxa de juros atual, Haddad reafirmou que a Selic está muito alta e que isso atrapalha na rolagem de dívida junto aos bancos, mas que o Brasil vem crescendo mesmo com o patamar atual da taxa de juros.
“Há uma conversa entre os economistas sobre o patamar adequado da taxa de juros. É um debate técnico normal, cada um está em sua cadeira e vendo seu cenário”, disse, lembrando que há críticas do governo sobre o comando do BC, como há críticas do BC sobre o comando do governo. “O Galípolo quando critica a Fazenda é sempre educado em suas colocações.”
Haddad lembrou ainda sobre a questão dos combustíveis. "A questão dos combustíveis, que foi fruto de várias operações da Receita Federal...toda essa atividade repressiva contra o crime organizado é porque a gente tem a certeza. Tem coisa que precisa farejar e tem coisa que já sabemos que está errado e precisa ir pra cima mesmo", afirmou.
O ministro disse ainda que sempre foi da opinião de que a Receita Federal tem muita informação por sua atividade própria de fiscalização, mas nem sempre o canal de comunicação entre os órgãos funciona.
"Estabelecemos em 2023 que a Receita vai ter um núcleo de operações estruturadas contra fraude tributária e o crime organizado. Isso deu tão certo que vamos criar um delegacia de combate ao crime organizado dentro da Receita, porque a partir da atividade de fiscalização, ela [a Receita] consegue municiar a Polícia federal, a Polícia Civil e o Ministério Público Federal ou Estadual com as informações", explicou.
Haddad disse também que o volume de dinheiro é tão grande e tão organizado que ele começa a invadir os setores organizados da economia. "Mas em boa hora estamos tomando as medidas necessárias. Não tem como enfrentar o crime organizado sem ter uma inteligência organizada", afirmou.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.