Presidente da Áustria anuncia não participar da COP30 devido ao alto preço

Dean Calma - IAEA

Alexander Van der Bellen, presidente da Áustria - Dean Calma  - IAEA
Alexander Van der Bellen, presidente da Áustria
Por Estadão Conteúdo estadaoconteudo@estadao.com

Publicado em 06/08/2025, às 10h35

O governo da Áustria anunciou que o presidente Alexander Van der Bellen não vai participar da COP30, que será realizada em novembro em Belém do Pará, devido ao alto custo da viagem. A informação foi divulgada na segunda-feira, 4, pela rede pública de televisão austríaca ORF.

"Os custos particularmente altos da participação do presidente na COP deste ano não estão dentro do apertado orçamento da Presidência por razões logísticas", informou o gabinete presidencial à emissora.

"O principal motivo (para a ausência do presidente da Áustria) é a consolidação orçamentária, que exige cortes de gastos e disciplina por parte de todos os órgãos públicos", acrescentou o comunicado emitido pelo gabinete presidencial austríaco.

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O país europeu será representado no evento climático pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig.

Van der Bellen afirmou ter tomado a decisão após "cuidadosa consideração", e desejou que a COP30 seja bem-sucedida.

Os altos preços cobrados pelos hotéis em Belém geraram uma crise na organização da COP30. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já chamou a situação de "verdadeiro achaque" e "absurdo dos absurdos".

"O que está acontecendo, como disse o embaixador Corrêa do Lago (presidente da organização da COP30), é um verdadeiro achaque. Nós não podemos aceitar que os países todos que estão preocupados com o futuro das suas existências, principalmente os países mais vulneráveis, não possam participar de uma das COPs mais importantes da nossa história", disse a ministra.

"Em outros países, quando tem COP, você tem um aumento dos preços da hospedagem, mas é algo em torno de dobrar ou no máximo triplicar. (Em Belém) Estamos com preços que são 10 vezes maiores, em algumas situações 15 vezes maiores (do que o praticado habitualmente). Isso é um absurdo, o absurdo dos absurdos", classificou Marina.

Na semana passada, um grupo de 27 países divulgou uma carta cobrando soluções para a hospedagem em Belém. Por enquanto, o governo brasileiro descarta transferir a conferência para outra cidade do País. O temor, no entanto, é que um possível número reduzido de delegações, como já vem sendo anunciado, pode ser alegado para a não adesão aos acordos.

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará (ABIH-Pa) afirma que quartos subsidiados pela ONU estão reservados para as delegações. "No início de junho deste ano, a hotelaria de Belém foi oficialmente solicitada a disponibilizar 500 apartamentos destinados a delegações de países economicamente menos favorecidos, cujos custos são subsidiados pela ONU", disse a entidade, em nota.

O governo do Pará diz que vem adotando soluções para ampliar a oferta de hospedagem em Belém e na região metropolitana da capital durante a COP30. Além da rede hoteleira já existente, estão em construção novos hotéis, como o Vila COP, que contará com 405 leitos para delegados e líderes.

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