Foto: Carlos Moura/Agência Senado
Publicado em 04/11/2025, às 09h16
São Paulo, 04/11/2025 – Durante audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, foi preso por falso testemunho ao final de seu depoimento, na madrugada de segunda-feira (3).
Segundo informações da Agência Senado, o relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), deu ordem de prisão em flagrante a Ferreira por mentir sobre o motivo de sua saída da direção da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), além de “negar por meio do silêncio” que conhecia o Careca do INSS, Antônio Carlos Camilo Antunes.
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Na prática, o presidente da CBPA havia sido afastado da CNPA como medida cautelar, e não renunciado ao cargo, como declarou à Comissão. Em relação ao Careca do INSS, Ferreira acabou admitindo que o conhecia ao responder outras perguntas.
Ferreira foi convocado como testemunha e compareceu à CPMI com habeas corpus preventivo concedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que lhe garantiu o direito ao silêncio e à não autoincriminação.
Além das declarações falsas anteriores, Ferreira também mentiu sobre a natureza de sua relação com o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros, bem como sobre o alcance da procuração concedida a Adelino Rodrigues Júnior, apontado como sócio de uma das empresas de call center investigadas por vínculos com o Careca do INSS.
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A procuração concedia a Adelino amplos poderes para movimentar recursos da CBPA, o que resultou no envio de R$ 59 mil à esposa do procurador-geral do INSS à época, Virgílio Antônio, além de R$ 430 mil em espécie a João Victor Fernandes.
O presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), antes de concordar com o pedido de prisão, lembrou que a escolha pelo silêncio “também fala” e declarou ter esperança quanto aos rumos que a comissão vem tomando.
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