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Virada de ano: como prevenir acidentes com fogos de artifício

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Fogos de artifício podem causar sérios ferimentos, incluindo queimaduras e amputações quando manuseados sem cuidados - Envato
Fogos de artifício podem causar sérios ferimentos, incluindo queimaduras e amputações quando manuseados sem cuidados
Por Bianca Bibiano

31/12/2025 | 08h44

São Paulo, 31/12/2025 - As celebrações de final de ano são marcadas pela queima de fogos de artifício, um espetáculo que pode ser bonito para os olhos, mas que pode se transformar em tragédia. Quando manuseados sem cuidado, esses artefatos oferecem riscos sérios, como queimaduras de terceiro grau, danos ósseos, amputações e até mesmo a morte.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e setembro de 2024, foram registrados 288 internações e atendimentos hospitalares por ferimentos causados por fogos de artifício no Sistema Único de Saúde (SUS), número maior do que no mesmo período de 2023, com 271 registros. 

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Já os atendimentos ambulatoriais de vítimas de queimaduras causadas por fogos de artifício contabilizaram 112 atendimentos de janeiro a setembro de 2024; em 2023, no mesmo período, foram 102. Ainda segundo dados da pasta, de 2019 a 2022, o SUS registrou 1.548 internações por ferimentos causados por fogos de artifício, média de um caso por dia.

Ocorrências e riscos

Na última década, de janeiro de 2014 a setembro de 2024, foram contabilizadas 4.808 internações. Já no Estado mais populoso do Brasil, São Paulo, de janeiro a setembro deste ano, foram registrados 15 atendimentos ambulatoriais e 27 internações por acidentes com fogos de artifício, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP). 

No mesmo período do ano passado, foram 20 atendimentos e 45 internações. Já em todo o ano de 2023, foram registrados 30 atendimentos ambulatoriais e 63 internações pela mesma causa em todo o território paulista.

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O médico Luiz Mandarano, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) lembra que os prejuízos não se limitam apenas ao sofrimento físico. “As pessoas afetadas por essas lesões precisam se afastar do trabalho por tempo significativo, em muitos casos, além de custos elevados com tratamentos médicos e cirúrgicos”, pontua. 

“É fundamental que as pessoas se conscientizem dos riscos envolvidos no manuseio de fogos de artifício, especialmente durante as festas de final de ano, e adote medidas de segurança para prevenir esses acidentes”.

Prevenção

Uma orientação importante para evitar acidentes com fogos de artifício é não manusear os artefatos com as mãos. “Utilize sempre utensílios apropriados, como suportes ou disparadores. Evite segurá-los diretamente nas mãos, mesmo os mais simples”, diz Mandarano. 

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Ao soltar fogos, mantenha uma distância segura das pessoas, especialmente crianças, idosos, e também dos animais. Não se aproxime do artefato após o acendimento, pois ele pode explodir inesperadamente. Também é importante que a compra de fogos de artifício seja feita em estabelecimentos autorizados, além de verificar se possuem selo de segurança, garantindo que os produtos atendem aos requisitos legais.

“Aproveite as festas de fim de ano de forma segura, respeitando as normas de segurança e evitando o manuseio imprudente de fogos de artifício. Só assim poderemos celebrar com alegria”, conclui Mandarano.

Proibição 

Embora ainda faça parte da cultura de celebração de festas no Brasil, os fogos de artifício, especialmente os com barulho, vem sendo progressivamente proibidos em diferentes cidades e regiões brasileiras.

Na maioria desses casos, a restrição diz respeito ao volume do som, contabilizado a partir do número de decibéis da explosão. No Rio de Janeiro, por exemplo, a lei permite apenas fogos sem estampidos ou com volume de explosão de até 120 decibéis.

Já em Goiás, a lei proíbe artefatos pirotécnicos de alto impacto ou com efeito de tiro. Os modelos com menor ruído contêm menos pólvora e são focados nos efeitos visuais. São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e outras capitais também seguem regulamentações semelhantes.

Riscos a humanos e animais

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), os artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso causam danos irreversíveis não apenas para os seres humanos, mas também para os animais. Por isso, a organização recomenda a utilização apenas de fogos visuais, que trazem luzes e cores e não produzem efeitos sonoros acima do volume recomendado.

Nesse sentido, a organização defende que fogos de artifícios com estampidos sejam proibidos e gradativamente substituídos por fogos sem ruídos em todo território nacional.

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