Brasília, 06/05/2025 - Um dos principais nomes da bancada do PDT na Câmara, o deputado federal Mauro Benevides (CE) anunciou que está apresentando um projeto para proibir que sejam feitos descontos pelo INSS sobre os pagamentos dos pensionistas e aposentados.
O PDT, partido de Benevides, está no olho do furacão das fraudes do INSS, já que o Ministério da Previdência era comandado justamente pelo presidente nacional da legenda, Carlos Lupi.
Uma operação feita pela Polícia Federal atua e investiga
fraudes nos descontos autorizados pelo INSS para associações sindicais sem autorização dos pensionistas e aposentados. O caso já custou a demissão de Lupi e também do agora ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e as fraudes já indicam desvios de pelo menos R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2025.
“Estou apresentando um projeto de lei que vai proibir a realização de descontos, por meio do INSS, para aposentados e pensionistas. É para proibir, não é essa história de avaliar, de pensar o que vai ser feito. Não, o meu projeto de lei proíbe o INSS de fazer descontos para associações, porque neste momento em que estamos conversando precisamos detalhar como essa operação vem lá de baixo e depois chega aqui em cima, num repasse não autorizado”, disse Benevides, ontem, no plenário da Câmara.
“O projeto vai tratar de dois pontos. O primeiro ponto é proibir repasse do INSS para aposentados e pensionistas. O segundo ponto é suspender o crédito consignado de aposentados e pensionistas de todo o Brasil, para ver se a gente acaba com essa farra que está instalada”, acrescentou o parlamentar.
Pressão por CPI
Parlamentares da oposição avaliam que a substituição de Carlos Lupi por Wolney Queiroz no comando do Ministério da Previdência Social não reduz a pressão pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para investigar as fraudes do INSS. Com as assinaturas necessárias para seu funcionamento já coletadas - seja para ser instalada na Câmara ou de forma mista no Congresso -, o colegiado depende muito mais da vontade política do comando do Parlamento para funcionar ou ficar em banho-maria.
“A mudança atrasada no Ministério da Previdência, trocando Carlos Lupi por Wolney Queiroz, não vai esfriar a CPI da Previdência na Câmara dos Deputados. A fraude que roubou R$ 6,5 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS não pode ficar em branco. Tem de investigar a fundo, punir e devolver aos aposentados e pensionistas o dinheiro suado, que foi roubado por uma quadrilha, que atuava sob as barbas do ministro da Previdência”, avalia o deputado Mendonça Filho (União-PE), ex-ministro da Educação.