Secretário da Receita Federal garante que não há alta de arrecadação com reforma do IR

Lula Marques/Agência Brasil

O secretário da Receita Federal Robinson Barreirinhas participou da Comissão Especial do Imposto de Renda nesta terça-feira (27/5) - Lula Marques/Agência Brasil
O secretário da Receita Federal Robinson Barreirinhas participou da Comissão Especial do Imposto de Renda nesta terça-feira (27/5)

Por Pepita Ortega e Célia Froufe, do Broadcast

[email protected]
Publicado em 27/05/2025, às 14h14
Brasília, 27/05/2025 - O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, garantiu à Comissão Especial do Imposto de Renda na Câmara que não há alta de arrecadação com o projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, no acumulado de quatro anos.
“No período global, abrangido por essa medida que, no nosso entender, não pode ser analisada isoladamente, há um equilíbrio, há uma tendência a convergir para essa neutralidade. No período total de quatro anos de impacto, não há um ganho efetivo, não há aumento da arrecadação. No ano de 2026 há um valor maior, que ele é compensado, de certa forma, por um valor menor neste ano. Em 2027 haverá uma redução substancial dos valores por conta da aplicação do redutor”, explicou.
A fala ocorreu após Barreirinhas ser questionado pelo relator Arthur Lira (PP-AL). Em audiência pública na semana passada, o deputado já havia indagado o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, sobre o “excesso de compensação” previsto no projeto do IR. Segundo Pinto, os R$ 8 bilhões a mais devem ser direcionados para as devoluções que devem ocorrer no ano seguinte por força dos próprios mecanismos do texto.
Barreirinhas seguiu a deixa. “Quando se analisa anualmente, o senhor tem razão, presidente Lira, há um superávit, vamos dizer, nessa medida, que é compensado, no ano anterior e nos anos posteriores, no nosso entender”, explicou.
O secretário ainda fez ponderações sobre a operacionalização de restituições. Lira também já havia questionado Marcos Pinto sobre o mesmo tema. “A nossa ideia é que seja feito sem custo de conformidade. Tudo na preenchida do IR. Não tem necessidade de o contribuinte fazer a conta. A Receita tem os dados da empresa, ela recebe os dados das empresas e aqui tem uma previsão também de uma contabilização simplificada no resultado das empresas, a empresa presta-se a informação e a pessoa não precisa fazer mais nada”, indicou.

Arrecadação de Estados e municípios

Barreirinhas afirmou ainda que o projeto de lei que amplia a isenção do IR a quem ganha até R$ 5 mil deve gerar uma perda de R$ 4,5 bilhões por ano aos governos regionais, sendo de R$ 1,5 bilhões aos Estados e R$ 3 bilhões aos municípios. Meses atrás, Barreirinhas já havia adiantado que o valor seria menor que R$ 5 bilhões.
Ao lado do presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, o secretário da Receita Federal indicou ainda que, entre 2015 e 2022, houve um ganho de Estados e municípios em termos de retenção, "simplesmente porque não houve a correção da faixa".
O secretário também destacou que a renda de Estados e municípios é de dois tipos: via fundo de participação e via retenção na fonte, a arrecadação direta. "Em relação ao primeiro ponto, o efeito é absolutamente neutro, porque o que deixa de entrar nos fundos de participação por conta da isenção da renda mais baixa é compensado pelo que vai entrar na fonte de renda pela renda mais alta. Aquele IR entra igualmente no Fundo de Participação do Estado e do Municípios. Então o efeito em relação ao fundo é absolutamente neutro".
 "A rigor não é neutro. Por quê? Porque no ano passado, o fundo de participação dos Estados e dos municípios apresentou um crescimento real de aproximadamente 10% e, neste ano, pedi os dados para o Tesouro, o aumento será de 9% a 11%. E por que isso? Por causa de medidas que foram tomadas no Congresso Nacional para aumentar a arrecadação do IR", completou.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Últimas Notícias