Ressarcimento de aposentados será feito diretamente via benefício

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Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS - Divulgação CGU
Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS

Por Mateus Cerqueira, do Broadcast

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Publicado em 06/05/2025, às 09h47

São Paulo, 06/05/2025 - O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta terça-feira (6) que o ressarcimento a aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos será feito diretamente na conta onde o benefício previdenciário é depositado.

“Será feito via benefício, via conta do benefício. Nada de Pix, nada de depósito em conta e nada de sacar em banco”, declarou em entrevista à rádio CBN.

O valor será repassado pelo Estado em folha, de forma programada, sem necessidade de qualquer ação por parte do segurado. Ele reforçou o alerta para que beneficiários não caiam em novos golpes. “Na mesma conta que ele recebe, o seu benefício previdenciário vai ser depositado. Por isso eu peço, é para todos, não caia em outros golpes, não assine nada, não abra link, não acredite em ninguém que esteja vendendo facilidade.”

O presidente do INSS afirmou ainda que o plano de ressarcimento está em fase final e deve ser entregue até a próxima semana. Apesar da cobrança por agilidade feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pagamento ainda não começou.

A estimativa é que cerca de 4,1 milhões de beneficiários tenham sido atingidos pela fraude, com prejuízo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Investigações apontam que entidades sindicais cadastravam beneficiários sem autorização para descontar mensalidades, com envolvimento de servidores que recebiam propina para liberar os dados.

Ressarcimento com Tesouro

Ontem, Waller Júnior disse que o governo irá cobrar o ressarcimento dos conglomerados de empresas envolvidos nos descontos indevidos em aposentadorias e pensões. "Vamos buscar recursos nos sócios e conglomerados de empresas para ressarcir", declarou. Segundo ele, o pagamento aos segurados prejudicados deve começar ainda nesta semana.

Waller Júnior ainda acrescentou que, caso os recursos não sejam suficientes ou disponíveis de imediato, a administração pública poderá assumir a responsabilidade pelo pagamento. "O segundo passo é que a administração pública vai arcar com o restante que não conseguir dessa restituição. Aparentemente sim, aparentemente isso é uma consequência", disse.

Questionado sobre a possibilidade de o Tesouro Nacional ser acionado para viabilizar os pagamentos, Waller Júnior não descartou a hipótese. "Não dá para garantir [que Tesouro fique fora]; estamos estudando método de ressarcimento", disse. O tema é acompanhado de perto por integrantes da equipe econômica por seu potencial impacto fiscal.

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