Rio, 28/08/2025 - O Brasil tinha uma população estimada em 213,421 milhões de habitantes no dia 1º de julho de 2025. O município de São Paulo manteve-se como o mais populoso do País, com 11,905 milhões de moradores, segundo as Estimativas da População 2025, divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento da população brasileira é de 0,39% na comparação com os dados do ano passado. Em 2024, a estimativa apresentada foi de 212.583.750 pessoas.
No ranking de municípios mais populosos, o segundo lugar é ocupado pelo Rio de Janeiro, com 6,731 milhões de habitantes, seguido por Brasília (2,997 milhões), Fortaleza (2,578 milhões) e Salvador (2,564 milhões).
A região metropolitana de São Paulo continua sendo a mais populosa do País, com 21,555 milhões de habitantes, seguida pelas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (12,938 milhões) e Belo Horizonte (6,021 milhões), além da Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) do Distrito Federal e Entorno (4,769 milhões).
Os 15 municípios brasileiros com mais habitantes - mais de um milhão de pessoas - concentram 42,8 milhões de pessoas, o equivalente a 20,1% da população brasileira. Apenas dois deles não são capitais: Guarulhos/SP, com 1,349 milhão de habitantes; e Campinas/SP, com 1,188 milhão de moradores.
A entrada de venezuelanos no País engrossou a população de Boa Vista. A migração também elevou contingente de habitantes de Florianópolis (SC) e Cuiabá (MT).
No extremo oposto do ranking, o município Serra da Saudade, em Minas Gerais, é o menos populoso do País, com apenas 856 habitantes, seguido por Anhanguera (GO), com 913 moradores, e Borá (SP), com 932 pessoas.
As estimativas populacionais referentes a 1º de julho são divulgadas anualmente pelo IBGE em cumprimento à legislação vigente. As informações são usadas pelo Tribunal de Contas da União no cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de servirem como referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.
Dos 5.571 municípios brasileiros existentes em 2025, 2.079 (37,3% deles) tiveram redução na população, 3.011 (54%) cresceram de zero a 0,9%, e apenas 122 municípios (2,2%) tiveram aumento igual ou superior a 2%.
Cinco capitais tiveram perda na população em relação a 2024: Salvador (BA), -0,18%; Belo Horizonte (MG), -0,02%; Belém (PA), -0,09%; Porto Alegre (RS), -0,04%; e Natal (RN), -0,14%.
"As capitais maiores, esses municípios mais centrais, em geral têm um entorno mais conturbado e perdem população para ele. O crescimento vai do centro para a periferia. Entre as capitais que perderam população, com exceção de Salvador, houve aumento de habitantes na respectiva região metropolitana", justificou o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Marcio Minamiguchi.
As 27 capitais concentram 49,3 milhões de moradores, o equivalente a 23,1% da população total. Segundo o IBGE, a migração internacional de venezuelanos contribuiu para que Boa Vista, em Roraima, foi a capital com a maior taxa de crescimento populacional na passagem de 2024 para 2025, alta de 3,26%. Houve aumentos expressivos também nas capitais Florianópolis (SC), 1,93%, Palmas (TO), 1,51% e Cuiabá (MT), 1,31%.
"A alta em Boa Vista é explicada pela migração internacional, em especial pela chegada de venezuelanos", afirmou Minamiguchi. "Santa Catarina também recebe imigrantes venezuelanos e haitianos, o que pode explicar essa alta, mas temos que considerar também o efeito da migração interna para Florianópolis. O crescimento de Cuiabá também passa pela migração interna. Já Palmas teve um crescimento muito mais expressivo em décadas passadas, mas os dados mostram que esse movimento arrefeceu."
Desaceleração
Nos últimos anos, o Censo e as projeções populacionais do IBGE tem mostrado uma desaceleração do crescimento do número de habitantes, reflexo da queda do número de filhos por mãe e do envelhecimento dos brasileiros.
A última projeção populacional feita pelo IBGE apontou que a população brasileira atingirá seu ápice em 2041, quando chegar a 220.425.299 habitantes. Depois desse ano, o número de brasileiros começará a diminuir, chegando a 199.228.708 até 2070.
Isso significa dizer que, em menos de duas décadas, o Brasil já terá um crescimento negativo; ou seja, o número de mortes será maior que o de nascimentos e a população terá um envelhecimento ainda mais acelerado. Este fato evidencia a tendência do fim do chamado bônus demográfico - quando a proporção de jovens, a população economicamente ativa, é maior do que a de idosos e crianças, aumentando as chances do País elevar o seu PIB.
O período de bônus demográfico se iniciou há cerca de 50 anos e já começa a perder seus efeitos antes mesmo de 2030, quando a maior parcela da população já será de idosos, aumentando a pressão sobre os gastos em saúde e previdência social.