Setores da economia repercutem encontro de Lula e Trump e aguardam próximos passos

São Paulo, 26/10/2025 - Entidades de vários setores da economia brasileira aguardam os desdobramentos das negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos após o encontro de hoje entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avaliou, em nota, que a reunião demonstra "disposição" das duas maiores economias da América em avançar nas discussões sobre as tarifas americanas, que afetam as exportações de carne bovina brasileira e outros setores.

A entidade diz que um eventual entendimento pode "preservar a competitividade" do setor e ampliar a presença da carne bovina brasileira nos EUA, segundo maior comprador do Brasil. A Abiec acrescenta que o País se destaca pela sanidade e capacidade de fornecimento, em um momento de oferta ajustada e demanda crescente por carne de qualidade.

A Associação Brasileira das Indústrias Calçados (Abicalçados) afirmou ver "com bons olhos" os avanços nas negociações. E nota divulgada após o encontro dos chefes de Estado, na Malásia,  ponderou que mantém "otimismo comedido" e que espera que os dois países anunciem "medidas concentras" nos próximos dias.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) destacou, também em nota, que aguarda por resultados concretos para a isenção das tarifas atualmente aplicadas ao setor do café. "A isenção contribuirá para o recuo da atual pressão inflacionária ao produto no mercado dos EUA e para o fortalecimento da sustentabilidade de toda a cadeia produtiva brasileira", afirmou no texto.

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) expressou "otimismo" com os resultados da reunião e disse que o "avanço relevante no diálogo" fortalece as perspectivas para um acordo bilateral que reduza as tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras.

A entidade também se comprometeu a contribuir com os esforços dos dois governos e defendeu a continuidade do diálogo em nível presidencial, "para que essa aproximação se traduza rapidamente em avanços concretos para empresas e trabalhadores dos dois países".