Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Por Isadora Duarte, do Broadcast
[email protected]Brasília, 18/05/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que o tema do financiamento climático vai exigir "muita negociação" do Brasil durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em novembro em Belém (PA). "Esse passo vai exigir muita negociação, porque temos hoje constrangimento de ordem política que é a ascensão de partidos ou agrupamentos extremistas que negam a mudança climática", disse Haddad, em entrevista ao programa Cidades e Soluções, da Globo News, transmitida na noite desse sábado. "Os países que são hoje governados por essas forças negacionistas são hoje mais refratários à políticas ambientais", apontou Haddad.
O ministro disse acreditar que o Brasil tem condições, pela liderança do G20, de ter uma certa autoridade no tema. Ele citou como elementos que conferem essa autoridade ao País, a aprovação de biocombustíveis, uma matriz elétrica 90% limpa, manutenção do Fundo Clima para restauração ecológica, recuperação do solo, concessão de desconto nas taxas de juros de financiamentos rurais a produtores com boas práticas ambientais. "O Brasil dá sinais que está comprometido com essa agenda", apontou.
Ainda sobre financiamento climático, Haddad afirmou que a "China ainda não colocou as cartas na mesa". Mas citou várias iniciativas do país asiático como ser o maior produtor de painéis solares, a transição automotiva em curso. "Então, tem uma série de coisas que a China já está fazendo. Agora, com 1,4 bilhão de habitantes, evidentemente que é um grande emissor. Uma coisa é a pessoa emitir e outra coisa não fazer nada. Nesse ponto de vista, a China pode ser um grande parceiro global em busca de um equilíbrio climático no planeta", defendeu Haddad, citando que o país asiático tem recursos e tecnologia. "Ninguém vai conseguir resolver o problema da crise climática nacionalmente", observou o ministro.
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