Trump foi eleito para presidente dos EUA, não 'imperador do mundo', diz Lula

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente disse que o Brasil vai, "no momento certo", dar a "resposta certa" à carta de Trump - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente disse que o Brasil vai, "no momento certo", dar a "resposta certa" à carta de Trump

Por Cícero Cotrim e Gabriel de Sousa, da Broadcast

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Publicado em 17/07/2025, às 15h07
Brasília, 13/07/2025 - Em entrevista para a jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, veiculada nesta quinta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi eleito para o governar o país dele, e não ser o "imperador do mundo".
"Nós não podemos ter o presidente Trump esquecendo que ele foi eleito para governar os Estados Unidos, e não para ser o imperador do mundo. Seria muito melhor estabelecer uma negociação primeiro, e depois alcançar um acordo possível, porque nós somos dois países que temos boas relações por 200 anos", afirmou.
O presidente disse que o Brasil vai, "no momento certo", dar a "resposta certa" à carta do presidente dos Estados Unidos.
"No meu pronunciamento ao povo brasileiro, eu vou dizer o que estamos pensando sobre isso", disse Lula, em referência ao pronunciamento em cadeia de rádio e TV marcado para a noite desta quinta-feira. "Eu garanto que o Brasil não gosta de encrenqueiros, nem de confusões. O Brasil gosta de negociar em paz."
O petista negou que haja uma crise entre Brasil e Estados Unidos, reforçando a disposição de negociar com o governo americano sobre as tarifas. Mas destacou que a relação entre os países "não pode continuar assim".
O presidente brasileiro também aproveitou para provocar o americano, dizendo que "não se considera um imperador" - um termo que a oposição a Trump vem usando para se referir a ele.
"Eu não me considero um imperador, para tomar uma decisão e publicá-la num jornal", disse Lula. "Quando eu li a carta [de Trump], eu achei que era fake news. Quando eu vi a carta na mídia, eu pensei que era uma carta verdadeira assinada pelo presidente Trump."
Lula acrescentou que o Brasil é um "aliado histórico" dos Estados Unidos e valoriza as tradições econômicas entre os países, mas não vai "aceitar imposições".

Tentativa de golpe é inédita

O presidente afirmou que nunca houve uma tentativa de golpe de Estado como a planejada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Ele não está sendo julgado pessoalmente, ele está sendo julgado pelos atos que tentou organizar um golpe de Estado. Ele ameaçou, secretamente, a morte, planejou a morte do vice-presidente, a minha e a de um ministro do Supremo Tribunal Federal", afirmou Lula.
Lula disse acreditar que Bolsonaro será condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu os ministros da Corte dos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Lula, os membros do Tribunal existem para defender a Constituição.
Lula também disse que o fato de Bolsonaro ser um adversário não é a motivação para acreditar que ele tentou aplicar um golpe. "Quem acusou Bolsonaro foi a Procuradoria-Geral da República (PGR), e o STF vai julgar", disse.

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