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Por Por Talita Nascimento, da Broadcast
[email protected]São Paulo, 10/07/2025 - A indústria do cimento fechou os primeiros seis meses do ano com desempenho positivo. A comercialização do insumo no País somou 32 milhões de toneladas, uma alta de 3,5% em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).
O mês de junho atingiu 5,4 milhões de toneladas de vendas, registrando um recuo de 1,7% se comparado ao mesmo mês do ano anterior. Ao se analisar as vendas por dia útil, porém, de 244,8 mil toneladas, há um crescimento de 0,5% sobre junho do ano passado e de 5% em relação ao primeiro semestre de 2024.
O diretor do Snic, Bernardo Jannuzzi, diz que os principais indutores do consumo de cimento permanecem sendo o setor imobiliário e o mercado de trabalho. No primeiro trimestre, o Minha Casa Minha Vida respondeu por mais da metade dos imóveis residenciais lançados e apresentou alta de 40,9% nas vendas em comparação ao mesmo período de 2024. Jannuzzi cita ainda como alavancas positivas os investimentos em obras públicas e do setor de saneamento.
Por outro lado, ele pontua que a diminuição de financiamentos de imóveis, que caem como consequência dos juros altos, bem como a alta do dólar - intensificada pelas novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos e que leva a aumento de custos da produção do cimento -, são fatores com viés negativo para o setor.
De todo modo, a perspectiva do sindicato é positiva para o ano. “Nossa projeção aponta para um crescimento de 2% no ano de 2025, mas temos uma perspectiva positiva de que seja mantido o ritmo de crescimento do primeiro semestre”, disse Jannuzzi à Broadcast.
O economista do SNIC, Flávio Guimarães, chama a atenção para os impactos indiretos da nova taxação anunciada contra o Brasil por parte do governo americano. Ele diz, porém, que, visto o risco que é ficar exposto à variação do dólar na compra de coque de petróleo - matéria prima essencial na geração de energia no processo produtivo do cimento -, a indústria tem trabalhado para reduzir essa vulnerabilidade.
“O setor tem investido em tecnologias como o coprocessamento, que já é responsável por 32% do total”, disse. A atividade substitui o combustível fóssil por resíduo industrial, comercial, doméstico e biomassas. A meta do setor nesta atividade atingiu sua melhor marca em 2023 (última medição realizada), antecipando a meta prevista em três anos. Foram 3,25 milhões de toneladas de resíduos processados.
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