Os cinco maiores “vilões invisíveis” da sua conta de luz no inverno

São Paulo, 10/07/2025 - A chegada do inverno muda não só o guarda-roupa, mas também o comportamento dentro de casa. O uso de aquecedores, banhos mais longos e ambientes mais iluminados fazem com que a conta de energia suba consideravelmente.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o aumento médio no consumo residencial durante os meses frios pode variar entre 15% e 30%. E quando a bandeira tarifária vermelha entra em vigor, como ocorreu em junho de 2025, o custo do kWh também sobe: são R$ 4,46 a mais para cada 100 kWh consumidos. O resultado? Um impacto direto no orçamento doméstico.

A seguir, listamos os principais vilões invisíveis do consumo de energia no inverno, segundo cartilha da ANEEL, além de dicas práticas para driblar o aumento da fatura.

1. Chuveiro Elétrico

O campeão do consumo nas casas brasileiras no frio é, sem dúvida, o chuveiro elétrico. Um banho quente de 15 minutos pode representar até 35% da conta de luz de uma residência, segundo a ANEEL. Modelos convencionais consomem entre 4.500 W e 7.500 W de potência, especialmente quando usados na função "inverno".

Dica: Reduza o tempo de banho e use a posição "verão" sempre que possível. Instalar um redutor de vazão e optar por aquecimento solar são soluções de médio e longo prazo que trazem economia significativa.

2. Aquecedores e ar-condicionado no modo quente

Aquecedores portáteis, especialmente os elétricos, podem consumir entre 1.500 W e 2.000 W por hora. Quando ligados por muitas horas ou em ambientes mal isolados, são responsáveis por até um terço do gasto mensal de energia em algumas residências, de acordo com o Inmetro.

O ar-condicionado, quando utilizado na função quente, consome ainda mais energia do que no modo frio, e muitos usuários não percebem isso até a chegada da fatura.

Dica: Evite manter o aquecedor ligado por longos períodos e priorize o uso em cômodos fechados. Prefira roupas térmicas, cobertores e técnicas de isolamento térmico nos ambientes.

3. Iluminação excessiva

Com os dias mais curtos, é natural acender as luzes mais cedo. O problema é que muitas casas ainda usam lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, que são menos eficientes.

De acordo com o Procon-MG, substituir lâmpadas antigas por modelos LED pode reduzir o gasto com iluminação em até 80%.

Dica: Troque todas as lâmpadas por versões LED e aproveite a luz natural sempre que possível. Sensores de presença em áreas de circulação também ajudam a reduzir o consumo desnecessário.

4. Aparelhos em stand-by

Mesmo desligados, aparelhos como televisores, micro-ondas, fornos elétricos, computadores e carregadores continuam consumindo energia quando mantidos na tomada. Esse consumo invisível, chamado de stand-by, pode representar até 15% da conta de luz, conforme estudo do Inmetro.

Dica: Desligue da tomada os aparelhos que não estão em uso. Filtros de linha com botão liga/desliga facilitam esse processo no dia a dia.

5. Máquina de lavar e secadora

No inverno, a tentação de usar a secadora é maior, especialmente em dias chuvosos. No entanto, a secagem elétrica é uma das práticas que mais consomem energia, com um gasto médio de 3,5 kWh por ciclo, segundo o Inmetro. Isso equivale a cerca de R$ 3,50 por uso, em bandeira vermelha.

Dica: Sempre que possível, seque roupas ao ar livre e utilize a máquina apenas com a carga completa. Evite lavagens frequentes de peças isoladas.

Cuidado com a bandeira tarifária

Além do aumento no consumo, muitos consumidores esquecem que a bandeira tarifária impacta diretamente no valor final da conta. Em meses com bandeira vermelha, como junho de 2025, há cobrança extra de R$ 4,46 a cada 100 kWh.

Ou seja, se uma casa consome 250 kWh, terá um acréscimo de mais de R$ 11,15 na conta, apenas pela bandeira. E isso sem contar o aumento causado pelos vilões listados acima.

O inverno exige cuidados que vão além do cobertor e da xícara de café quente. A conta de luz pode subir silenciosamente se os maiores vilões não forem controlados. Conhecê-los, e agir, é a melhor forma de proteger o seu bolso. Adotar hábitos conscientes e investir em soluções eficientes de energia podem gerar uma economia significativa. E o melhor: sem abrir mão do conforto nos dias frios.