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Publicado em 12/11/2025, às 09h45
São Paulo, 12/11/2025 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) retirou o certificado que reconhecia o continente americano como região livre de transmissão endêmica de sarampo. A decisão foi tomada no início desta semana, após a constatação de que o vírus da doença tem circulado de forma contínua no Canadá há 12 meses.
As Américas foram a primeira região do mundo a eliminar o sarampo duas vezes e agora perdem o status de área livre da doença. A medida segue a conclusão da Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação para a Eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita da OPAS, que confirmou a persistência da transmissão endêmica durante reunião realizada na Cidade do México, entre os dias 4 e 7 de novembro de 2025.
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O diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, afirmou que a retirada do certificado representa um retrocesso, mas é reversível. “Enquanto o sarampo não for eliminado em todo o mundo, nossa região continuará a enfrentar o risco de reintrodução e disseminação do vírus entre populações não vacinadas ou com vacinação incompleta”, destacou no comunicado da decisão.
Barbosa acrescentou que, como já demonstrado anteriormente, a região pode interromper a transmissão e recuperar o certificado “com compromisso político, cooperação regional e vacinação contínua”.
Em 7 de novembro de 2025, foram registrados mais de 12 mil casos confirmados de sarampo em dez países — a maior parte (95%) concentrada no Canadá, México e Estados Unidos. Os números deste ano representam um aumento de 30 vezes em relação a 2024.
Quanto aos óbitos, foram registradas 23 mortes no México, 3 nos Estados Unidos e 2 no Canadá. No Brasil, o comunicado aponta a ocorrência de surtos ativos, assim como na Bolívia, no Paraguai e em Belize.
O surto de sarampo no Canadá teve início em outubro de 2024, na província de New Brunswick, e desde então se espalhou por todo o país, com mais de 5 mil casos notificados.
O sarampo é altamente contagioso, e uma pessoa infectada pode transmiti-lo a até outras 18 pessoas. A OPAS ressalta que a atual transmissão nas Américas afetou principalmente comunidades com baixa cobertura vacinal, sendo que 89% dos casos ocorreram em indivíduos não vacinados ou com situação vacinal desconhecida.
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Quando há complicações graves, o sarampo pode causar pneumonia, encefalite, cegueira e até morte. A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção. No entanto, no ano passado, a cobertura regional da segunda dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR2) teve média de 79%, abaixo dos 95% necessários para prevenir surtos.
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