Diabetes tipo 1 em Vale Tudo aumenta conscientização sobre doença e cuidados

Nesta quinta-feira, 26 de junho, o Brasil celebra o Dia Nacional do Diabetes, uma data essencial para promover a conscientização sobre uma das doenças crônicas mais comuns e silenciosas do país. Com mais de 16 milhões de brasileiros diagnosticados, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), o país já ocupa a sexta posição no ranking mundial de incidência da doença.

O alerta é especialmente importante diante do crescimento acelerado do diabetes tipo 2, que responde por 90% dos casos no país. Diferente do tipo 1, de origem autoimune, o tipo 2 tem forte relação com fatores modificáveis como sedentarismo, alimentação desbalanceada, excesso de peso e envelhecimento da população.

Nos últimos dez anos, o número de diagnósticos de diabetes no Brasil aumentou mais de 60%, de acordo com o Ministério da Saúde. E os impactos vão além da saúde individual: a doença representa custos bilionários para o sistema de saúde, público e privado, especialmente quando leva a complicações graves, como problemas cardiovasculares, perda de visão, falência renal e amputações.

Novela para conscientização

Em sua versão atualizada, a novela Vale Tudo traz Solange Duprat (Alice Wegmann) como uma protagonista que enfrenta o dia a dia com diabetes tipo 1, uma escolha de roteiro que amplia o alcance da trama e valoriza a diversidade. 

A abordagem do tema ganha ainda mais relevância nesta quinta-feira (26) quando se celebra o Dia Nacional do Diabetes. A data foi criada para reforçar a importância da conscientização sobre a doença, estimular o diagnóstico precoce e promover mais informação sobre os cuidados necessários para quem convive com os diferentes tipos da condição. 

A presença do tema na novela em horário nobre reforça a urgência de debater o assunto com empatia, visibilidade e responsabilidade.

Para apresentar o manejo real da condição crônica, a personagem é mostrada testando a glicemia e aplicando insulina entre compromissos e emoções, revelando ao público que é possível viver com qualidade, autonomia e intensidade, mesmo com uma doença permanente.

A decisão dos roteiristas em dar a Solange a condição de diabetes tipo 1 não é apenas elemento dramático, mas também um posicionamento representativo, mostrando com naturalidade os desafios, a rotina e os cuidados de quem convive com essa doença. 

Diferenças entre diabetes tipo 1 x tipo 2

• O diabetes tipo 1 é autoimune e surge geralmente na infância ou adolescência. O corpo para de produzir insulina, e o tratamento exige aplicação diária, sem qualquer relação com peso ou estilo de vida.
• Já o tipo 2 está associado à genética e ao acúmulo de gordura visceral, surgindo, em geral, após os 35 anos. Seu diagnóstico precoce, por exames de jejum e HbA1c, é crucial para evitar complicações.

Para a endocrinologista Dra. Tarissa Petry, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, retratar doenças crônicas com responsabilidade e sensibilidade na mídia é fundamental para inspirar, educar e tornar visíveis histórias que fazem a diferença. A inclusão da diabetes na trama gerou um impacto positivo e a atriz Alice Wegmann recebeu muitas mensagens de espectadores e da comunidade diabética após o anúncio.

Conforme os profissionais da rede Doutor DM2 Diabetes uma das principais frentes no controle do diabetes tipo 2 é a alimentação com foco glicêmico, composta por alimentos ricos em fibras, proteínas e gorduras boas, como vegetais, legumes, castanhas e grãos integrais. Essa escolha ajuda a estabilizar os níveis de açúcar no sangue e ainda combate fatores relacionados, como colesterol alto e inflamações sistêmicas.

Além da dieta, a prática de exercícios regulares, o controle do estresse e o sono adequado também são considerados fundamentais para conter a evolução da doença e favorecer a remissão, conceito cada vez mais difundido entre profissionais da saúde no Brasil e no mundo.

Com Vale Tudo, a teledramaturgia brasileira renova-se ao inserir discussões de saúde pública no entretenimento. Expor uma protagonista em pleno vigor, que vive com diabetes tipo 1 de forma  empática, contribui para quebrar estigmas, gerar apoio e reforçar uma mensagem essencial: a vida continua, plena, digna e poderosa, mesmo diante de uma condição crônica.