Fazer as unhas pode transmitir hepatite? Entenda os riscos e como se prevenir

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Mesmo com campanhas e mais informação circulando, ainda existem salões que não adotam os cuidados certos - Foto: Envato Elements
Mesmo com campanhas e mais informação circulando, ainda existem salões que não adotam os cuidados certos

Por Joyce Canele

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Publicado em 02/07/2025, às 15h30

São Paulo, 02/07/2025 - A hepatite B e C pode ser transmitida em salões de beleza, principalmente quando os instrumentos usados para fazer unhas não são devidamente esterilizados. Tanto quem faz quanto quem atende estão em risco.

Durante o Julho Amarelo, mês de combate e prevenção das hepatites virais, é importante lembrar que o cuidado não está só nas vacinas e exames médicos. Ele começa também nas pequenas atitudes do dia a dia e uma delas é escolher bem onde e como fazer as unhas.

Segundo a hepatologista Dra. Patrícia Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein, esse cuidado deve ser levado a sério. Muitas pessoas ainda frequentam locais onde o material é reaproveitado de forma incorreta. Alicates, espátulas e outros objetos podem ter contato com sangue e transmitir o vírus entre clientes e profissionais.

Fazer as unhas toda semana é um hábito que requer atenção. Seja em salões de bairro, lugares mais sofisticados ou atendimentos em domicílio, todos precisam seguir regras básicas de higiene.

Segundo o hospital estadual Emílio Ribas, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, uma pesquisa feita com profissionais que atuam em salões de beleza da cidade de São Paulo, detectou que 81% das entrevistadas não estão devidamente protegidas contra a hepatite B, mesmo com a vacina disponível gratuitamente no SUS.
O estudo mostrou ainda que 59% das manicures responderam não saber que as três doses da vacina são oferecidas gratuitamente aos profissionais da sua classe em toda a rede pública de saúde, e apenas 19% haviam tomado as três doses.
A Dra. Patrícia alerta que a contaminação pode acontecer com qualquer objeto que fure ou corte a pele. Por isso, ela reforça algumas orientações que ajudam a prevenir:
  • Esterilizar os instrumentos metálicos em autoclave;
  • Usar luvas durante os atendimentos;
  • Lavar bem as mãos antes e depois de cada cliente;
  • Nunca reutilizar lixas, palitos e lixas para os pés;
  • Trocar e lavar os recipientes usados para pés e mãos a cada atendimento e
  • Usar toalhas limpas e individuais.

Um erro comum é o uso de forno para tentar esterilizar os materiais. A médica explica que isso não funciona. A esterilização correta precisa ser feita em estufa ou autoclave, respeitando a temperatura e o tempo indicado no manual do equipamento, por exemplo, uma hora a 170°C, com a estufa sempre fechada.

Antes de ir para o aparelho de esterilização, os instrumentos precisam ser lavados com água corrente, escova plástica e detergente. Depois, devem ser secos com toalha limpa ou papel descartável e guardados em embalagens próprias.

Como nem sempre dá para ter certeza de que o local está seguindo tudo isso, a dica da especialista é que cada cliente leve seu próprio kit de unhas. Ter alicate, lixa, palito e toalha pessoal é uma maneira simples e eficaz de se proteger contra a hepatite B e C.

Palavras-chave cuidados hepatite unhas virais

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