Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
[email protected]Junho chegou com uma missão importante de lembrar a população sobre a importância da doação de sangue. No Brasil, apenas 1,4% da população doa regularmente, o que representa 14 a cada mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde.
Em meio a mitos e desinformação, campanhas como o Junho Vermelho e o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, buscam mudar essa realidade.
Para isso, nada melhor do que esclarecer dúvidas e incentivar mais pessoas a adotarem esse gesto que salva-vidas. Confira abaixo 15 perguntas frequentes sobre o tema, respondidas pela médica hematologista Camila Gonzaga, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS):
Não. Estar em jejum é contraindicado. O ideal é fazer uma refeição leve antes da doação e evitar alimentos gordurosos ou bebidas alcoólicas nas 24 horas anteriores.
Sim. A menstruação não é impedimento, embora a triagem médica avalie o estado geral da doadora, especialmente em casos de fluxo intenso.
Não. Não há nenhuma relação entre a doação e o aumento de apetite ou ganho de peso. Esse é um dos muitos mitos que afastam potenciais doadores.
Não. Homens podem doar até quatro vezes por ano, com no mínimo dois meses entre as doações. Já mulheres podem doar até três vezes ao ano, com um intervalo mínimo de três meses.
Geralmente, não. O sangue vai para o banco de sangue e será destinado conforme a compatibilidade e necessidade. No entanto, doar em nome de alguém ajuda a manter os estoques e garantir atendimento ao paciente.
Nenhum. Os materiais utilizados são sempre estéreis, descartáveis e seguros. Além disso, o doador passa por uma triagem cuidadosa antes da coleta.
Depende do tipo de medicamento. Algumas substâncias exigem um período de espera ou impedem a doação de forma definitiva. Cada caso é analisado conforme as normas da Portaria nº 158/2016 do Ministério da Saúde.
Não. Durante a gestação e até 12 semanas após o parto ou abortamento, a doação é contraindicada. No caso de lactantes, só é permitida a doação após esse mesmo período.
Sim. A partir dos 16 anos, com a presença e autorização por escrito do responsável legal, jovens já estão aptos a doar.
Sim. Mesmo casos leves de anemia contraindicam a doação, pois podem comprometer a saúde do doador. Após o tratamento e a recuperação, é necessário aguardar seis meses para poder doar.
Pode sim, desde que tenham se passado pelo menos seis meses desde a aplicação. No caso de piercings em mucosas, como língua ou genitais, a doação só é permitida um ano após a retirada.
Não. Esse é outro mito. A doação não altera a viscosidade do sangue. A confusão vem da associação com a sangria terapêutica, que tem outras indicações e protocolos.
Não. O volume retirado durante a doação representa menos de 10% do total do corpo e é rapidamente reposto pelo organismo, geralmente em até 24 horas.
O sangue passa por testes rigorosos para identificar doenças transmissíveis, como HIV, hepatites B e C, sífilis, Chagas e HTLV. Também são feitos exames de tipagem e outros testes para garantir a segurança da transfusão.
Sim. Além da satisfação em ajudar a salvar vidas, em alguns estados doadores regulares têm direito a isenção de taxas em concursos públicos e recebem atestado para se ausentar do trabalho no dia da doação.
Com iniciativas como o Junho Vermelho, a ideia é desmistificar a doação de sangue e mostrar que o processo é seguro, rápido e essencial para milhares de pessoas todos os dias.
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