Deficiência de ferro: 7 sintomas que podem estar passando despercebidos

A deficiência de ferro é um problema de saúde pública que atinge milhões de mulheres em todo o mundo, e responde pela principal causa de anemia global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No mundo todo, ela atinge 33% das mulheres não grávidas, 40% das grávidas e 42% das crianças.

O motivo mais comum da deficiência de ferro entre mulheres é a perda de sangue durante o ciclo menstrual. Mas o problema também pode estar na alimentação. Dietas muito restritivas, seja por estética, crenças pessoais ou mesmo falta de acesso à comida, contribuem para o quadro de deficiência. Procedimentos como a cirurgia bariátrica também podem afetar a absorção de nutrientes, incluindo o ferro.

Sintomas

A deficiência de ferro pode se manifestar de forma discreta e progressiva, dificultando o diagnóstico precoce. Os principais sintomas incluem:

1. Cansaço constante
2. Falta de ar
3. Palpitações e tonturas
4. Queda de cabelo
5. Enfraquecimento das unhas
6. Dificuldade de concentração e confusão mental
7. Sensação de frio em excesso

Nos casos mais graves, a falta de ferro leva à anemia ferropriva, que pode comprometer o funcionamento do coração e do metabolismo celular.

Como saber se você tem deficiência de ferro?

O diagnóstico é feito com exames de sangue que medem os níveis de ferro sérico e ferritina, a proteína que indica as reservas do mineral no corpo. Para mulheres, os valores saudáveis são:

• Ferro sérico acima de 50 mcg/dl
• Ferritina acima de 15 mcg/l

Alguns especialistas defendem elevar esses valores de referência para mulheres, como forma de evitar sintomas mesmo em níveis ainda considerados “normais”, mas não há um consenso definitivo.

Tratamento e prevenção

Uma vez diagnosticada a deficiência de ferro, o tratamento depende da gravidade do quadro. Os casos leves costumam ser resolvidos com suplementação oral e mudanças na alimentação, mas quadros mais severos exigem reposição intravenosa.

A dieta é um fator essencial para prevenção. Os alimentos mais ricos em ferro são:

• Carnes vermelhas
• Frango
• Peixes
• Leguminosas (como feijão, lentilha e grão-de-bico)
• Verduras verde-escuras (como espinafre e couve)

Dica importante: a vitamina C (presente em frutas cítricas como laranja, acerola e limão) ajuda na absorção do ferro vegetal. Já o consumo excessivo de café e chá preto nas refeições pode dificultar essa absorção.

Curiosidade: o uso de panelas de ferro no preparo dos alimentos também pode aumentar a ingestão do mineral.

Um problema comum, mas invisível

Apesar de ser tão prevalente, a deficiência de ferro ainda é subdiagnosticada. Isso porque os exames de ferro não fazem parte da rotina básica, mesmo em check-ups ginecológicos.

Diante disso, entidades como a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e a Febrasgo recomendam o rastreio dos níveis de ferro em todas as mulheres com sangramento uterino anormal, mesmo fora da gestação.

A deficiência de ferro não deve ser ignorada. Ela compromete desde o bem-estar cotidiano até funções vitais do organismo. Se você sente cansaço excessivo, queda de cabelo, fraqueza ou sangramentos intensos converse com seu médico e peça uma avaliação dos níveis de ferro no sangue.