Número de médicos geriatras no Brasil cresce 378% em 14 anos

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De acordo com dados da Demografia Médica Brasileira 2025, existem 3.167 geriatras no País, o que corresponde a 1,49 especialistas por 100 mil habitantes - Envato
De acordo com dados da Demografia Médica Brasileira 2025, existem 3.167 geriatras no País, o que corresponde a 1,49 especialistas por 100 mil habitantes
Por Bianca Bibiano [email protected]

Publicado em 03/06/2025, às 11h15 - Atualizado às 11h31

São Paulo, 03/06/2025 - De acordo com dados da Demografia Médica Brasileira 2025, existem 3.167 geriatras no País, o que corresponde a 1,49 especialistas por 100 mil habitantes. Dentre todas as especialidades médicas, ela equivale a 0,7% do total. Embora ainda baixo, o número representa um aumento expressivo em comparação com 2011, quando o País registrava apenas 662 geriatras - um crescimento de 378,4%. 

O geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Marco Túlio Cintra, explica que o geriatra, além de especialista no envelhecimento humano, realiza também prevenção, diagnóstico, tratamento, gerenciamento das condições clínicas e múltiplas doenças dos idosos. “Ele está habilitado a identificar e a manejar doenças clínicas que em muitos casos necessitam de atenção de forma integrada e não fragmentada”, afirma.

Ele explica ainda que esse profissional também é capaz de diagnosticar precocemente uma doença e traçar planos de cuidados, tanto para idosos plenamente funcionais quanto para os mais dependentes, incluindo pessoas em cuidados paliativos. 

Segundo a pesquisa, o número de mulheres geriatras é maior em relação aos homens: são 62,1% contra 37,9%. Em relação à idade, há um “empate técnico”: 18,6% são médicos com 55 anos ou mais e 18,4% são médicos com 35 anos ou mais, o que dá uma média de idade de 46,8.

A região Sudeste é a que concentra o maior número de médicos nessa especialidade, com 58,1%. Em segundo lugar é o Nordeste, com 16,9%, seguido pela região Sul, com 14,1%, Centro-Oeste, com 8,6% e região Norte, com 2,3%.

A pesquisa da Demografia Médica Brasileira, lançada em abril, mostra também que 65,1% dos médicos dessa especialidade estão nas capitais e 19,1% em cidades com população entre 100 mil e 300 mil habitantes. Já o número de geriatras que atuam em cidades do interior com mais de 300 mil habitantes corresponde a 15,4% e com menos ou 100 mil habitantes, 0,4%.

O título de especialista em geriatria é concedido pela SBGG em parceria com a Associação Médica Brasileira, por meio de uma prova anual. Médicos com residência em clínica médica e em residência em geriatria podem prestar a prova de título.

Também é possível obter o título por meio de treinamento ou estágio na área durante dois anos, em instituições credenciadas pela SBGG, e por tempo de atuação profissional, onde, além de formação prévia em clínica médica, é necessário atuar por quatro anos em serviços voltados ao atendimento da população idosa com a supervisão de um geriatra, em locais como ambulatórios, assistência domiciliar e em instituições de longa permanência, explica Cintra.

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