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São Paulo, 04/11/2025 - As novelas brasileiras têm como característica tratar de temas polêmicos, e a nova trama da Globo não foge a esta regra. A trama em torno de Três Graças é sobre Gerluce (Sophie Charlotte), uma mulher batalhadora, que vive em uma comunidade e descobre que sua patroa, Arminda (Grazi Massafera), e o empresário Santiago Ferette (Murilo Benício) comandam um perigoso esquema de produção e venda de medicamentos falsificados. O crime envolve a substituição de remédios de alto custo por placebos, colocando em risco a vida de pacientes vulneráveis.
O problema, que passa a ser tema da programação da TV aberta, é um velho conhecido das autoridades, que têm adotado inúmeras ações no sentido de combater esse tipo de crime com penas de 10 a 15 anos de prisão. O rigor da lei não é pra menos. Dados mais recentes do Instituto de Segurança Farmacêutica indicam que os crimes farmacêuticos aumentaram 4% em 2023, com cerca de 154 países afetados por esses delitos – que incluem a falsificação de produtos farmacêuticos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que um em cada dez fármacos que circulam em países de baixa e média renda seja de baixa qualidade ou falsificado, incluindo medicações genéricas e de alto valor.
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Segundo a World Health Organization (OMS), caso exista a suspeita de ter tomado medicamento falsificado, ou que de fato tenha tomado, converse imediatamente com um profissional de saúde — médico ou farmacêutico. Informe a autoridade reguladora (por exemplo, Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a suspeita ou ocorrência de produto falsificado. Guarde a embalagem, nota fiscal, número do lote e o local de compra, pois essas informações ajudam na investigação.
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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), em parceria com a Interfarma lançaram em maio deste ano a cartilha “Falsificação de Medicamentos – Cartilha de Conscientização aos Consumidores”, com informações essenciais sobre os riscos e os impactos da falsificação de medicamentos.
A publicação chama á atenção para detalhes que muitas vezes não são notados, como por exemplo: erros de ortografia na embalagem, lacres rompidos, selos de segurança violados, preços muito abaixo dos praticados no mercado e códigos de lote ilegíveis.
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A recomendação da Anvisa é que a população ou profissionais da saúde obtenham medicamentos apenas de locais regularizados, sempre com a embalagem completa e mediante a emissão da nota fiscal. É importante que, no caso de ser identificado alguma suspeita de falsificação, o medicamento não seja utilizado. E o consumidor deve entrar em contato imediatamente com as empresas detentoras do registro desses produtos para verificar sua autenticidade.
A notificação para a Anvisa pode ser feita por meio do sistema Notivisa (no caso de profissional de saúde), ou do sistema da Ouvidoria, pela plataforma FalaBR (Consumidor).
A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) informou que o setor vê com grande preocupação o surgimento dos casos de falsificação de medicamentos, sobretudo de emagrecimento. Em entrevista ao Viva, o CEO da instituição, Sérgio Mena Barreto, ressaltou a importância de o consumidor ficar atento e denunciar suspeitas.
“Se você souber de alguma coisa, de alguma ação, de algo estranho, denuncie. Todos nós, assim, poderemos proteger a saúde dos brasileiros” , disse o CEO.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou que tem intensificado as ações de combate a roubos e furtos a farmácias. Além de atuar para identificar e prender criminosos envolvidos nessas ocorrências, as polícias concentram esforços na desarticulação do mercado ilegal de medicamentos e na prisão de receptadores dos produtos roubados.
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