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Pesquisadores criam nanopartícula que pode diagnosticar e tratar câncer

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Mecanismo foi projetado para ser visualizado e ativado dentro do corpo por meio de ressonância magnética - Envato
Mecanismo foi projetado para ser visualizado e ativado dentro do corpo por meio de ressonância magnética
Por Bianca Bibiano

Publicado em 14/04/2025, às 14h58

Uma partícula minúscula capaz de localizar e combater o câncer foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), lançando possibilidade para pesquisas de novos tratamentos com medicamentos sintéticos. O estudo foi publicado na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces e apresenta uma nanopartícula que pode ajudar tanto no diagnóstico por imagem quanto no tratamento térmico, com potencial para tratar melanoma (câncer de pele) e o glioblastoma (tumor cerebral).

Os primeiros testes foram realizados com camundongos e os resultados indicam que a tecnologia pode evoluir para novas formas de entrega dos medicamentos, como o uso de células do sistema imunológico como transportadoras. A ideia é que essas pequenas estruturas carreguem com elas substâncias terapêuticas (como as utilizadas em quimioterapia, por exemplo) para atuar diretamente no tumor. Esse tipo de abordagem, que une diagnóstico e tratamento, é chamada de teranóstica.

A nanopartícula tem uma estrutura com uma “casca fluorescente” e partículas de óxido de ferro no interior, além de fragmentos de células tumorais na membrana. Essa combinação permite que ela seja atraída pelos tumores, funcionando como um “cavalo de Troia”. Uma vez no organismo, ela dirige ao tumor e pode carregar substâncias terapêuticas até ele.  "Podemos dizer que fizemos uma supernanopartícula", disse ao site da instituição o professor Andris Bakuzis, do Instituto de Física (IF) da UFG, um dos autores do estudo.

O mecanismo de ação foi projetado para ser visualizado e ativado dentro do corpo por meio de ressonância magnética, ou MRI (Magnetic Resonance Imaging). Por causa do material magnético, a nanopartícula aparece nas imagens e pode ser ativada externamente com um campo magnético ou radiação, dando início ao processo de aquecimento que destrói as células tumorais. O trabalho envolveu pesquisadores de diferentes áreas da UFG, como física, biologia e farmácia, além da infraestrutura do Centro de Pesquisa Integrada em Nanomedicina (CNanoMed).

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