Argentina entra para lista de países que exigem seguro viagem de turistas

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A cobertura engloba uma gama de situações, entre elas destacam-se a assistência médica e hospitalar em caso de doenças ou acidentes - Envato
A cobertura engloba uma gama de situações, entre elas destacam-se a assistência médica e hospitalar em caso de doenças ou acidentes
Por Alessandra Taraborelli [email protected]

Publicado em 22/07/2025, às 16h15

São Paulo, 22/07/2025 - Com o objetivo de aliviar a carga do sistema público de saúde do país, o governo da Argentina determinou em maio que para entrar no país todos os turistas estrangeiros precisam apresentar seguro viagem. A obrigatoriedade de seguro viagem varia conforme as regulamentações de cada país, frequentemente ligada a requisitos de visto ou entrada para mitigar riscos à saúde pública e ao sistema local.

De acordo com o advogado especialista em Seguros e Direito do Consumidor Leo Rosenbaum, é essencial verificar sites oficiais como o do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) ou embaixadas antes de viajar, pois as regras podem mudar com eventos globais, como pandemias ou crises geopolíticas, por exemplo. Para brasileiros, o seguro deve ser contratado antes da viagem para evitar complicações.

Ele também recomenda conferir no local de destino sobre vacinas obrigatórias, como a de febre amarela, exigida em alguns países. 

“O seguro oferece tranquilidade em situações inesperadas durante a viagem. Em emergências, o seguro facilita a resolução de problemas, reduzindo o estresse e agilizando o atendimento ao cliente”, ressalta Claudia Lopes, diretora comercial e marketing da Generali. 

O sócio fundador da Bruno Boris Advogados, Bruno Boris, ressalta que as pessoas têm percebido cada vez mais a utilidade do seguro e a facilidade para ser indenizado, em caso de sinistro. No entanto, ele alerta que é importante observar, em qualquer contrato securitário, as exclusões de indenização, pois em determinadas situações, ocorrendo alguma causa de exclusão, certamente a seguradora negará o pagamento do sinistro, protegida pela legislação.

Veja outros países que exigem seguro viagem:

Os principais países que exigem seguro viagem para turistas, baseado em fontes oficiais e atualizadas até 2025, são: 

Países do Espaço Schengen (Europa): Todos os 27 países membros (como Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, entre outros) exigem seguro viagem com cobertura mínima de € 30.000 para despesas médicas e repatriamento, especialmente para vistos de curta duração (Schengen Visa). Isso é obrigatório para cidadãos de países fora da UE que precisam de visto.

Cuba: Exige seguro viagem com cobertura para despesas médicas, emitido por seguradoras reconhecidas pelo governo cubano. Sem ele, o turista pode ser obrigado a comprar um na chegada.

Equador: Obriga seguro saúde para turistas, com cobertura para emergências médicas, incluindo COVID-19 (embora as restrições pandêmicas tenham sido flexibilizadas em 2025).

Rússia: Requer seguro médico para vistos turísticos, com cobertura para todo o período de estadia.

Tailândia: Para vistos de longa duração ou em casos específicos (como para idosos ou durante alertas de saúde), exige seguro com cobertura mínima de US$ 100.000 para tratamentos médicos.

Irã: Obriga seguro viagem para todos os turistas, cobrindo saúde e acidentes.

Argélia: Exige seguro para vistos, focado em cobertura médica.

Venezuela: Requer seguro saúde para entrada, especialmente para voos internacionais.

Países como Austrália, Nova Zelândia e alguns na Ásia (ex.: Vietnã em certos contextos), recomendam fortemente, mas não obrigam – embora possam negar entrada em fiscalizações aleatórias.

Falta de seguro tem consequências

Outra dica é levar cópia digital e física do seguro na viagem. De acordo com Rosenbaum, caso o turista não tenha contratado o seguro obrigatório, ele pode enfrentar consequências tanto administrativas quanto financeiras e legais, violando, inclusive as leis imigratórias, que podem levar a: 

Negação de entrada no país: Na imigração, o oficial pode barrar o viajante no aeroporto ou fronteira, resultando em deportação imediata e custos com voo de retorno (às expensas do turista). Isso é comum nos países Schengen ou Cuba.

Compra forçada na chegada: Em nações como Cuba ou Equador, o turista pode ser obrigado a adquirir um seguro local, muitas vezes mais caro e com coberturas limitadas.

Multas e penalidades: Podem variar de €500 a milhares de euros (ou equivalente), além de detenção temporária até regularização. Em casos extremos, como na Rússia, pode haver proibição de entrada futura.

Riscos pessoais sem cobertura: Se ocorrer um acidente ou doença, o viajante arca com todos os custos médicos (que podem chegar a centenas de milhares de reais em países caros como EUA ou Europa), sem reembolso. Em litígios, como acidentes de trânsito, a ausência de seguro complica defesas jurídicas e indenizações.

Complicações consulares: O consulado brasileiro pode auxiliar em emergências, mas não cobre despesas – e a falta de seguro pode agravar problemas, como repatriamento de corpo em caso de falecimento.

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Como escolher o seguro viagem 

Há diversas seguradoras que oferecem o seguro viagem. O advogado Leo Rosembaum recomenda pesquisar apólices de seguradoras idôneas (autorizadas pela Susep no Brasil), com cobertura mínima recomendada de R$ 100.000 para saúde. Para 50+, o seguro deve incluir cláusulas para medicamentos contínuos e telemedicina. "Viajantes maduros enfrentam prêmios mais altos, mas vale o custo", diz Rosenbaum. "Em caso de sinistro, acione a seguradora imediatamente para evitar negativas", alerta.
Vale conferir também se o produto é oferecido como benefício do cartão de crédito. Clientes premium  podem contar com alguns seguros básicos, com algumas limitações. "Eles não substituem uma apólice dedicada", avisa o advogado.
A cobertura do seguro viagem engloba uma gama de situações, entre elas destacam-se a assistência médica e hospitalar em caso de doenças ou acidentes, proteção contra extravio de bagagens, assistência jurídica e até mesmo reembolso por cancelamento de viagem. Esses serviços evitam que o viajante precise arcar com altos custos imprevistos que podem comprometer significativamente o orçamento.
Além das coberturas básicas, alguns planos e opções de contratação incluem benefícios adicionais, como a cobertura para práticas esportivas, assistência odontológica, repatriação em caso de falecimento e auxílio em situações de perda de documentos. Com tantas opções de cobertura, é possível personalizar o seguro de acordo com as necessidades específicas de cada viagem, tornando-o um investimento flexível e adaptável.

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