São Paulo, 27/06/2025 - Existem 502 milhões de dispositivos digitais em uso no Brasil, contabilizando computadores, notebooks, tablets e smartphones. São 2,4 equipamentos por habitante, segundo o Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O estudo revela ainda que há 1,3 smartphone por habitante, totalizando 272 milhões de celulares do tipo. Desde 2018 o Brasil tem mais de um aparelho por pessoa. O País está acima da média global, de 1,04 smartphone por habitante.
Em relação a computadores, são 230 milhões (desktop, notebook e tablet) em uso, atingindo 1,1 computador por habitante. "As vendas em 2024 cresceram 5%, totalizando 12,6 milhões de unidades", aponta o levantamento. Do total, 41% são desktop, 41% notebooks e 18% tablets.
Uso nas empresas
O gasto total destinado a tecnologia da informação (TI) nas empresas brasileiras alcançou 10% do faturamento das mesmas em 2024, aponta a pesquisa. No setor de serviços, o gasto atingiu 15% do faturamento. Na indústria são 6% e, no comércio, 5%.
O levantamento considera todos os investimentos, despesas e verbas alocadas em TI, incluindo equipamento, instalações, suprimentos e materiais de consumo, software, serviços, comunicações e custo direto e indireto com pessoal próprio e de terceiros.
Desde 1988, quando a primeira edição do estudo foi feita, o gasto com a área cresceu em média 6% ao ano. O indicador de custo anual de TI por usuário ficou em R$ 60 mil no ano passado.
Nas empresas prestadoras de serviços, a média é R$ 72 mil, e nos bancos, R$ 162 mil, aponta o FGVcia. "O comportamento não tem economia de escala, cresce com o tamanho da empresa e varia conforme o ramo", de acordo com relatório .
A pesquisa também contabiliza a participação de mercado de fabricantes de software. Os Sistemas Integrados de Gestão (ERP, na sigla em inglês) da Totvs e da SAP têm 34% do mercado cada, enquanto a Oracle tem 10% e outros dividem 22%. A Totvs lidera nas companhias menores com 50% do mercado, e a SAP, nas maiores empresas, com 51%.
Os programas de Inteligência Analítica (BI, na sigla em inglês) continuam sendo uma categoria e destaque e entre as mais lucrativas para os fabricantes, aponta o estudo. Microsoft lidera o segmento com 28% do mercado. SAP (21%), Qlik (18%) estão em seguida. Juntos com Oracle, Totvs e IBM detêm 93% do setor. "Apesar de todo o arsenal de ferramentas modernas, 90% do uso de inteligência analítica no departamento financeiro das empresas é Excel", diz a pesquisa.
A Microsoft continua dominando várias categorias ligadas ao usuário final, na maioria com índices de cerca de 90% do uso. Para videoconferências, a Microsoft tem 48% do mercado, enquanto o Zoom tem 28% e o Google Meets, 22%.
Além disso, o Microsoft Copilot é o programa de inteligência artificial (IA) generativa mais usado por empresas brasileiras. A ferramenta lidera com 40% do mercado. Em seguida, o ChatGPT, da OpenAI, tem 32% do mercado e o Google Gemini, 20%. É a primeira vez que o estudo, que está na 36ª edição, quantifica o uso dessas aplicações. Nessa edição houve a participação de 2.672 médias e grandes empresas.
Oito a cada dez companhias consultadas declaram usar IA, mas 75% delas usam muito pouco a tecnologia, segundo Fernando Meirelles, coordenador da pesquisa do FGVcia. "Os principais projetos de TI nas empresas no Brasil continuam com o foco em inteligência artificial integrada com inteligência analítica (BI, na sigla em inglês), transformação digital e implementação do 'novo' Sistema Integrado de Gestão (ERP, na sigla em inglês)", afirma o pesquisador.