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São Paulo, 10/09/2025 - Com o reajuste na conta de luz e aumento nos preços das passagens áreas, o mês de julho, marcado pelas férias escolares, foi desafiador para as famílias paulistanas. O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 0,47% em julho.
Nos sete primeiros meses do ano, há uma alta acumulada de 3,27% e no acumulado dos últimos 12 meses a variação é de 5,79%, afetando ainda mais as famílias de renda mais baixa.
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Segundo a FecomercioSP, em julho as pressões inflacionárias foram pontuais e não representam uma tendência. Caso o grupo de habitação — impulsionado pela alta na energia elétrica — fosse desconsiderado, a variação geral teria sido próxima de 0,10%.
Esse cenário é considerado positivo, com preços mais baixos e sem sinais de alerta no curto prazo, o que alivia o bolso do consumidor, especialmente em relação aos gastos com supermercado, e abre espaço para despesas do dia a dia e o pagamento de dívidas.
O grupo de habitação foi o principal responsável pelo aumento do custo de vida, com elevação de 2,08%. Em consequência do reajuste de 14% aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o serviço prestado pela Enel Brasil, a energia elétrica subiu 10,6%. As famílias de menor renda foram as mais afetadas: a variação para a classe D, foi de 2,65%, e para a classe E, de 2,37%. Por outro lado, para a classe A, a variação foi de 1,11%.
As passagens aéreas também afetaram no custo de vida, com seu aumento de 13,6%, refletindo na alta de 0,67% no grupo de transporte. Também registraram alta os ônibus interestaduais (5,1%) e o pedágio (2,9%), mas aliviando um pouco a pressão do grupo houve quedas da gasolina (-0,4%), do óleo diesel (-0,9%) e do etanol (-1,3%). Considerando por faixa de renda, houve uma discrepância com alta de 1,26% para a classe D, enquanto para a classe B foi de 0,43%.
Em ritmo de desaceleração nos últimos meses, o grupo de alimentos e bebidas registrou alta de 0,10%, porém tem acúmulo de 9% — o maior entre os grupos — nos últimos 12 meses, pesando no bolso dos consumidores. As famílias de renda mais alta sentiram mais essa pressão, com a elevação de 0,35% para a classe A, contra 0,01% para a classe D.
Essa discrepância ocorreu porque a alimentação fora do domicílio aumentou 0,47%, em contraste com a queda de 0,15% nas compras tradicionais de supermercado. Os alimentos com maior aumento fora de casa são o café (2,9%) e o lanche (1,9%). Entre os itens com quedas, destacaram-se a batata-inglesa (-21,5%), a cebola (-14,9%), o feijão (-2,2%) e as frutas (-0,73%).
Entre os produtos com maior alta, além dos já mencionados, o jogo de azar foi responsável por um dos maiores aumentos de julho, com 11,2%, em função do reajuste do valor da aposta da Mega-Sena, principal fator para a alta de despesas pessoais (1,02%), junto com cinema (2,82%). Seguido por produtos de grupos variados como mamão (9,86%) e cheiro-verde (2,75%) no grupo de alimentos, produtos para pele em saúde (3,57%) e conserto de automóvel (2,94%) em transporte [tabela 3].
No entanto, artigos do lar e vestuário registraram queda (-0,97%), influenciada pelas quedas de microcomputadores (-4,3%), roupa de cama (-2,3%) e televisores (-0,6%). Todas as faixas de renda beneficiaram-se da queda média de preços. No grupo de vestuário, a deflação foi de 0,80%, com destaques para a diminuição de preço de sapatos femininos (-3%), blusas femininas (-2,8%) e bermudas masculinas (-3%).
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