Pesquisa brasileira destaca papel da aspirina no pós-infarto

São Paulo, 10/09/2025 - A aspirina, ou ácido acetilsalicílico, é amplamente usada no alívio de dores e febres, mas poucos sabem que ela também é uma aliada essencial no tratamento de pacientes após infarto, especialmente quando combinada com um agente antiagregante.

Éo que aponta um novo estudo brasileiro apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, o ESC Congress 2025. A pesquisa, conduzida por Pedro Lemos e equipe do Hospital Israelita Albert Einstein, envolveu 3.410 pacientes atendidos em 50 hospitais no Brasil, amostra que recebeu o nome de NEO-MINDSET. 

O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia de interromper a indicação de aspirina logo após a angioplastia com implante de stent, comparada ao uso contínuo da dupla terapia (DAPT), que inclui aspirina e um medicamento inibidor de P2Y12 (como ticagrelor ou prasugrel), ao longo de 12 meses.

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Efeitos da aspirina interrompida

Os resultados apontam que o grupo que não manteve a aspirina apresentou maior taxa de eventos isquêmicos (7,0% contra 5,5% com uso combinado), não atingindo o critério de não inferioridade. Já o grupo que manteve a aspirina (DAPT) teve índices significativamente mais sangramentos (4,9% para 2,0%), apesar da melhor proteção contra coágulos nos primeiros 30 dias, fase mais crítica. 

Os pesquisadores destacaram que, embora a retirada precoce de aspirina reduza riscos de hemorragias, isso é acompanhado por um potencial aumento nos eventos graves, especialmente logo após o procedimento.

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Nesse sentido, o estudo reforça que a aspirina é um componente fundamental da estratégia de proteção no pós-infarto, sobretudo quanto aliada ao segundo antiagregante, oferecendo melhor prognóstico de recuperação.