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Por Luana Pavani e Bianca Bibiano
[email protected]São Paulo, 18/07/2025 - Com os avanços da medicina e da ciência, viver até os 100 anos de idade será uma realidade comum para os nascidos neste século. Mas a qualidade desses anos de vida dependerá, essencialmente, de uma mudança de mentalidade: daquela que lamenta as perdas associadas ao envelhecimento para uma nova, que valoriza as contribuições econômicas e sociais dos adultos mais velhos. É o que defende Emilio Umeoka, embaixador brasileiro do Centro de Longevidade da Universidade Stanford, nos Estados Unidos.
O centro é responsável, dentre outras iniciativas, pelo projeto "Novo Mapa da Vida", que busca mostrar como escolhas individuais, comunitárias e sociais podem apoiar vidas mais longas, saudáveis e gratificantes, independentemente de condições socioeconômicas.
"As crianças que nasceram aqui nos Estados Unidos a partir de 2002 têm 50% de chance de chegar a 100 anos. Se você vai viver 100 anos, provavelmente você vai trabalhar 60 anos. Só que de uma maneira muito diferente da maneira que eu trabalhei, por exemplo, que era estudar, trabalhar e, digamos, tradicionalmente aposentar. Com isso, você vai ter muito mais transições de carreira", conta Umeoka em entrevista ao Viva.
O projeto do "Novo Mapa da Vida" é baseado em dez pilares, entre os quais o conceito de aprendizado permanente, chamado lifelong learning. E aí entra um ponto importante na vida de Umeoka, que passou de executivo de algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo para um estudioso no tema, e mergulhou tão fundo que fez desse conceito um pilar para sua vida profissional e pessoal. "Aqui, eu aplico o longlife learning", diz, invertendo a ordem dos fatores para priorizar a vida longa de aprendizado.
O pilares do mapa da vida são:
Nome bem conhecido no mercado de tecnologia brasileiro e mundial, Emilio Umeoka passou três anos planejando sua aposentadoria antes de devolver o crachá. Antes, foi presidente da Microsoft no Brasil e em Singapura, onde representou a big tech para a região Ásia Pacífico. Depois, mudou-se para a Califórnia a trabalho, primeiro na Juniper Networks depois na Splunk e, então, atuou na Apple por quase cinco anos, tendo como último cargo vice-presidente global de vendas para grandes contas (Enterprise Sales).
Sempre interessado em aprender, inscreveu-se no programa Distinguished Careers Institute (DCI) da Universidade Stanford, que foca na renovação de propósito, construção de comunidade e como recalibrar os aspectos de saúde física, mental, espiritual e social. "Foi uma experiência fantástica voltar para a faculdade depois de quase 40 anos", afirma.
Uma vez dentro do campus, ele se interessou pelo estudo da longevidade e hoje atua como embaixador do programa Stanford Center of Logevity. "Para mim, estava bem claro que trabalhar com o tema de longevidade e impacto na sociedade seria um projeto de 20 a 30 anos, no qual eu estaria bem ocupado".
Aos 62 anos de idade, Umeoka se mantém ativo também na área de tecnologia, na qual usa seus conhecimentos para oferecer mentoria a startups, tanto do Vale do Silício quanto de empresas brasileiras por meio do evento Brazil at Silicon Valley, do qual é um dos curadores.
Já no aspecto da vida pessoal, adotou dispositivos de alta tecnologia no próprio corpo, como um medidor de glicose colado no braço e um anel de acompanhamento de performance física e da qualidade do sono, que se conecta ao Apple Watch.
Isso tudo para poder completar mais um projeto de vida, que ele chama de "vovô saudável". "Eu utilizo tudo o que eu estou aprendendo para poder aproveitar mais tempo com as minhas filhas, com a minha neta e com os netos que estão por vir. Acho que essa é a receita para envelhecer bem: estar sempre muito engajado, sempre aprendendo".
Veja a entrevista completa no vídeo:
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