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BBB corporativo: empresas ampliam monitoramento digital de funcionários

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Estudo da Comissão Europeia indica que a vigilância reduz satisfação no trabalho - Envato
Estudo da Comissão Europeia indica que a vigilância reduz satisfação no trabalho

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
12/12/2025 | 18h47

São Paulo, 12/12/2025 - Nos últimos meses, grandes empresas passaram a adotar mais tecnologias capazes de monitorar o que funcionários fazem em seus computadores e celulares durante o horário de trabalho, segundo levantamentos do Business Insider.

O movimento ganhou força após novas atualizações do Google e da Microsoft, que ampliam o alcance da vigilância corporativa e respondem à tentativa de empregadores de recuperar poder após a fase de maior flexibilidade trazida pela pandemia.

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O Google atualizou o Android Enterprise e permitiu que empresas arquivem mensagens enviadas em celulares corporativos.

O Microsoft Teams passou a identificar automaticamente quando o funcionário está no escritório ao detectar conexão ao Wi-Fi da empresa.

Embora as empresas afirmem que os recursos são opcionais e voltados a setores regulados ou à organização interna, na prática aumentam a capacidade de acompanhar rotinas e deslocamentos.

Essas ferramentas se somam a softwares de monitoramento que registram tempo parado, ritmo de trabalho, uso de aplicativos e até movimentação física. Como consequência, empregadores passaram a usar indicadores digitais como forma de controle.

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Impactos na saúde mental

Segundo uma pesquisa publicada no Think Work, o monitoramento excessivo afeta diretamente a saúde mental e a relação entre equipes e chefias.

Um estudo da empresa 1E aponta que 80% dos profissionais de TI já presenciaram efeitos negativos da vigilância, como ansiedade, estresse e sinais de burnout.

Mais da metade dos entrevistados diz que rejeitaria uma vaga se soubesse que a empresa usa esse tipo de controle.

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Outro estudo, da Comissão Europeia, indica que a vigilância reduz satisfação no trabalho e aumenta o estresse, prejudicando o comprometimento dos funcionários.

A discussão mais sensível envolve o uso de dispositivos pessoais. Embora empresas busquem políticas mais claras, o risco de coletar dados privados continua alto, especialmente quando o funcionário usa o próprio celular para tarefas profissionais.

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Com novas ferramentas se multiplicando e mais departamentos defendendo seu uso, a tendência é de avanço do monitoramento digital. 

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