São Paulo, 19/07/2025 - Uma pesquisa global da Deloitte revela que, além de qualificações técnicas, 94% dos jovens nas empresas brasileiras dizem que propósito é determinante para satisfação e bem-estar no trabalho, indicador que reforça o peso dado a valores pessoais na carreira, mais do que remuneração ou ascenção em cargos.
Os jovens procuram desenvolver habilidades para avançar na carreira, e o empregador tem papel relevante nisso. A pesquisa da Deloitte aponta que 77% da Geração Z e 79% dos Millennials no Brasil buscam aprimorar suas habilidades ao menos uma vez por semana, recorrendo principalmente a programas formais de treinamento (91% e 92%, respectivamente), experiências do dia a dia (95% e 96%) e cursos online (92% para ambos os grupos). Eles também fazem mentoria com pessoas mais experientes (91% Gen Z e 92% Millennials), feedbacks e avaliações de performance (91% Gen Z e 93% Millennials).
O sócio-líder de People & Purpose da Deloitte, Marcos Olliver, destaca que “vivemos tempos de amplas atribuições para essas gerações no ambiente corporativo, com a valorização de aspectos da cultura organizacional, da capacidade de lidar com a tecnologia, inovar e ser resiliente”.
Para 35% dos jovens da Gen Z e 39% dos Millennials, cabe ao empregador oferecer programas internos e reservar tempo durante o expediente para estudos. Também foi citado acesso a plataformas de aprendizado (26% e 22%) e a integração de metas de desenvolvimento às metas profissionais (22% para ambos).
É necessário que as organizações criem ambientes em que os profissionais se sintam em constante evolução, mas o indivíduo continua sendo o grande agente da própria transformação”.
Hard skills (competências específicas da atividade) e soft skills (competências socioemocionais) aparecem praticamente empatadas como requisitos para o avanço profissional: conhecimento específico do setor (93% Gen Z, 94% Millennials), soft skills (93% dos Gen Z e 92% dos Millennials), seguidas por criatividade e inovação (91% e 95%), gestão de tempo (89% e 91%) e gestão de projetos (88% e 90%).
Os mais novos são mais ansiosos. Ainda de acordo com o levantamento, 47% da Geração Z relata sentir-se estressado ou ansioso na maior parte do tempo; acima dos 39% dos Millennials. Mas o trabalho contribui para esse sentimento em porcentual parecido, de 37% e 35%, respectivamente.
A preocupação ambiental dos brasileiros é maior que a média global: 81% dos brasileiros da Gen Z e 79% dos Millennials demonstram ansiedade com o impacto climático, índices acima da média global , de 65% e 63%, respectivamente. Entre os respondentes no País, 72% dos jovens e 74% dos adultos mais maduros estariam dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis.
O estudo — que ouviu 23.482 pessoas em 44 países, incluindo 817 no Brasil — reforça, segundo Olliver, a urgência de as empresas alinharem propósito, bem-estar e oportunidades de desenvolvimento para atrair e reter talentos dessas gerações.