Redução de trabalho remoto levaria 77% a deixar a empresa, segundo pesquisa

São Paulo, 25/09/2025 -- O trabalho remoto é desejado e apoiado pelos colaboradores e mudanças nesse modelo, ou mesmo do híbrido, influenciam a retenção de talentos. É o que mostra a pesquisa Trabalho remoto em transição: o impacto das novas regras na retenção de talentos, realizada pelo Insper em parceria com a consultoria Robert Half. Segundo o estudo, 77% dos profissionais que atuam apenas remotamente afirmam que deixariam a empresa, caso houvesseuma redução, mesmo que parcial, nesse arranjo de trabalho.

Mesmo entre aqueles que trabalham nessas condições apenas um dia por semana, a mudança para o trabalho presencial suscitaria a intenção de mudar de empresa, de acordo com o estudo. Tatiana Iwai, professora responsável pela pesquisa e coordenadora do Centro de Estudos em Negócios do Insper, diz que a pandemia de Covid-19 mudou profundamente as formas de trabalho e interação.

Outro aspecto da pesquisa reforça essa avaliação. Entre aqueles que trabalham em regime híbrido, 96% desejam manter esse modelo. E 53% daqueles que trabalham integralmente no presencial anseiam atuar remotamente por, pelo menos, um dia da semana. O estudo também apurou que a média é de 2,32 dias por semana remotamente e 71% dos profissionais trabalham fora dos escritórios em pelo menos um dia semanalmente.

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No recorte por setores, a adoção do modelo híbrido se apresenta da seguinte maneira: 

TI: mantém a liderança em flexibilidade, com média de 3,67 dias por semana de trabalho remoto.

Serviços: estabilizado em níveis consistentes, com média de 2,55 dias por semana.

Financeiro: após um retorno mais acentuado ao presencial, está próximo à média nacional, com 2,32 dias por semana.

Indústria: apresenta o retorno mais acentuado ao presencial, com média de 1,53 dia por semana, mas ainda acima dos níveis pré-pandemia.

Os dados também indicam que colaboradores individuais e líderes de equipe trabalham remotamente cerca de um dia a mais por semana do que os níveis hierárquicos mais altos.