Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
[email protected]Os aplicativos, que hoje concentram desde operações bancárias até interações cotidianas, tornaram-se o novo foco de golpes cibernéticos, especialmente em países como o Brasil, onde o uso de apps supera até o acesso a sites. E enquanto a tecnologia avança, um grupo em especial segue exposto: os idosos.
Segundo o relatório Avast Safe Tech 2025, 64% dos idosos já foram vítimas de crimes cibernéticos, muitos deles cometidos por meio de engenharia social.
Com base em entrevistas com mais de mil brasileiros, a pesquisa revela o tamanho da lacuna digital entre gerações. Apesar de 95% dos adultos tentarem alertar seus pais ou avós sobre golpes online, apenas 57% dessas pessoas modificaram seus hábitos após as conversas.
Outros seguiram agindo da mesma forma, muitos ainda anotam senhas em papéis ou clicam em links suspeitos, como relataram 62% e 82% dos entrevistados, respectivamente.
A proposta é adotar práticas simples, como:
Hoje, 42,5% dos consumidores no mundo já foram alvo de ataques via dispositivos móveis. No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante: 74% notaram crescimento nas fraudes feitas por meio de engenharia social em apps.
Plataformas de delivery, bancos e pagamentos digitais lideram o volume de interações, e por isso também se tornaram os alvos preferidos dos golpistas.
Segundo Chris Roeckel, Diretor de Produtor da Appdome, os ataques modernos não são apenas mais numerosos, mas também mais sofisticados e automatizados.
A cibersegurança mobile e a defesa contra fraudes estão em um ponto de ruptura. Os ataques movidos por IA estão mais rápidos do que nunca, enquanto as defesas manuais não conseguem acompanhar"
Roeckel afirma que: "a única forma de se manter à frente é adotar plataformas com inteligência artificial nativa, capazes de reagir na mesma velocidade das ameaças." O resultado é uma avalanche de tentativas de roubo de dados, dinheiro e identidades.
Esse novo campo de batalha exige uma mudança nas defesas. Ainda de acordo com o Consumer Report 2024, 90% dos brasileiros dizem procurar informações sobre segurança antes de baixar um app. Por outro lado, 24% acreditam que os desenvolvedores não se importam com a proteção dos usuários, uma percepção que triplicou desde 2021.
A segurança não pode mais depender apenas de medidas manuais ou protocolos ultrapassados. Especialistas apontam a necessidade de plataformas que incorporem IA desde a criação dos aplicativos até suas atualizações constantes. A defesa precisa acompanhar o ritmo do crime, e não o contrário.
Enquanto isso, no campo doméstico, a chave está em educação digital e suporte mútuo. Proteger os pais e avós online já não é apenas um ato de cuidado, é uma necessidade urgente. Afinal, golpes não são apenas inconvenientes: eles podem gerar impactos financeiros, emocionais e sociais profundos em toda a família.
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