São Paulo, 04/08/2025 - A pesquisa a
“Attitudes to Ageing 2025”, conduzida pela Ipsos em 32 países ao redor do mundo, mostra que os
brasileiros estão otimistas quanto ao tempo de vida e autoprojetam uma das expectativas de vida mais elevada do mundo. Segundo o levantamento, os brasileiros viverão, em média, até os 80 anos, acima da média global de 78 anos. No lado oposto, estão o México (74 anos), a Índia e Turquia (72 anos) e a Hungria (64 anos) apontaram as idades mais baixas como expectativa de vida.
Os entrevistados do Brasil indicam que as pessoas são consideradas da “terceira idade” aos 65 anos, enquanto Itália e Espanha, são os que indicam idade mais alta para o início da velhice, 73 anos. Já para as pessoas da Indonésia, a terceira idade começa aos 59 anos.
O estudo mostra ainda que, considerando o início da velhice (65) e a idade que esperam chegar (80), os brasileiros são uns dos que devem viver um dos períodos mais longos na velhice, 15 anos – atrás apenas de 16 anos registrado na África do Sul e 17 anos na Colômbia, Filipinas e Indonésia.
Já na Hungria, a pesquisa demonstra que a expectativa de vida é mais baixa do que a idade considerada como o início da velhice: 64 x 65 anos. Portanto, a população demonstra acreditar que a maioria não viverá o suficiente para entrar na última fase da vida.
Entre os pessimistas com a própria longevidade também estão as gerações mais novas, globalmente. Enquanto as gerações dos Baby Boomers e X acham que viverão mais – 84 e 80 anos, respectivamente – a pesquisa aponta que entre os Millenials e GenZ essa expectativa cai para – 78 e 75 anos, respectivamente.
Brasileiro está animado com a velhice
O levantamento mostra que, globalmente, a maioria das pessoas não está entusiasmada com a velhice. Em 32 países, 57% afirmam não estar ansiosas pela terceira idade, enquanto 38% dizem estar. A resistência diminui de acordo com a renda, o nível de escolaridade e a distância da velhice, sendo os jovens os mais entusiasmados.
No Brasil, no entanto, o cenário aponta o oposto. A maioria dos entrevistados (57%) indicou estar ansiosa para chegar à velhice, contra 38% que disseram não aguardar com entusiasmo essa perspectiva.
Globalmente, observa-se que as gerações mais jovens, a Z e Millennials, são as que mais esperam ansiosamente pela terceira idade, especialmente homens da geração Z (46%) e Millennials (44%).
As mulheres, por sua vez, apresentaram índices de expectativa pela velhice sempre mais baixos que os homens, com destaque para a geração Baby Boomer, na qual apenas 29% das entrevistadas globalmente disseram aguardar com entusiasmo a entrada na velhice.
Ainda no recorte por gênero, considerando todas as idades pesquisadas (18 a 74 anos), na Indonésia, 89% das mulheres e 88% dos homens demonstram entusiasmo para chegar à terceira idade; no Brasil, 59% das mulheres e 55% dos homens relatam esse sentimento.
Existe idade para ter filhos?
A pesquisa mostrou ainda que para os brasileiros e outras populações a idade ideal para uma mulher ter um bebê é aos 30 anos. No caso dos homens, a média global é aos 31 anos e, no Brasil, aos 33 anos. A diferença entre mulheres e homens aumenta quando a pergunta é quando alguém é considerado “muito velho” para ter um bebê: a maioria aponta para a faixa etária de 40 aos 44 anos (20%) para mães e, para os pais, a partir dos 50 anos (27%).
Segundo a média global, a idade ideal para se casar ou entrar em uma união estável é aos 28 anos (29 anos para brasileiros); iniciar um curso de graduação na universidade é aos 21 anos (23 anos para brasileiros) e comprar o primeiro imóvel seria aos 30 anos (29 anos para brasileiros).
São considerados “velhos demais” para casar pessoas com 45 anos (aos 49 anos no Brasil); começar um curso de graduação aos 38 anos (aos 45 anos no Brasil) e comprar o primeiro imóvel aos 47 anos (os brasileiros acompanham a média global).
No entanto, para a maioria dos entrevistados, não há idade limite de idade para casar-se (62% global e 54% no Brasil), iniciar um curso na universidade (54% global e 51% no Brasil) ou comprar a primeira casa (47% global e 43% no Brasil).
Idade x carreiras e cargos
A
Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, até 2030, 1 em cada 6 pessoas terá 60 anos ou mais. Com a diminuição de pessoas mais jovens no mercado de trabalho, a pesquisa também buscou compreender a percepção sobre a idade ideal quando relacionada a alguns cargos.
De acordo com a média global, 42 anos é a idade mínima para ser líder do país; no Brasil, essa média é aos 39 anos. No entanto, em 16 países o líder atual é mais velho do que os entrevistados consideram que uma pessoa se torna velha demais para desempenhar adequadamente o cargo – os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil e Donald Trump, dos Estados Unidos, ambos com 79 anos, estão acima do que as pessoas em seus respectivos países consideram a idade máxima ideal – 57 e 67 anos respectivamente.
Para se tornar CEO: a média é 37 anos. Coreia do Sul (42 anos) e Turquia (40 anos) têm as idades mínimas mais alta, e França e Índia a mais baixa (33 anos). O Brasil considera 36 anos a idade mínima.
Piloto de avião: média de 31 anos. Coreia do Sul (33 anos) e Turquia (32 anos); Grã-Bretanha (29 anos) e Holanda (28 anos). No Brasil, 32 anos.
Cirurgião: a média é 30 anos. Para Brasil, Suécia, Filipinas, Turquia e Itália, a idade mínima é 32 anos. Tailândia e Japão, 29 anos.
Membro das forças armadas: a média é 24 anos, com Filipinas e Suíça (27 anos como idade mínima). Grã-Bretanha, Coreia do Sul e Japão (21 anos) e Brasil (25 anos).
Sobre o que consideram "velho demais" para desempenhar essas funções, muitos acreditam que não existe idade limite, especialmente para líderes e CEOs, embora faixas entre 60 e 70 anos também sejam citadas.
A pesquisa “Attitudes to Ageing 2025”, da Ipsos, ouviu 23.745 indivíduos de 32 países com o objetivo de entender suas percepções sobre o envelhecimento da população. Foram entrevistados um total de 23.745 adultos com 18 anos ou mais na Índia, 18-74 no Canadá, República da Irlanda, Malásia, África do Sul, Turquia e Estados Unidos, 20-74 na Tailândia, 21-74 na Indonésia e Singapura, e 16-74 em todos os outros países.