Como o Brasil e o mundo celebram o réveillon? Veja as curiosidades da virada
Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 31/12/2025 - Na noite de 31 de dezembro, quando o relógio marca a transição para o réveillon, no Brasil, especialmente nas praias, é comum ver rituais como vestir branco, pular sete ondas e lançar flores ao mar.
Esses costumes têm origem nas religiões de matriz africana e se consolidaram como expressões culturais amplas, para além do campo religioso. Em outros países, a virada também é marcada por costumes próprios, que revelam diferentes formas de lidar com o tempo, a esperança e o recomeço.
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Festejar o Ano Novo na praia se tornou uma das marcas mais reconhecidas do réveillon brasileiro, a tradição ganhou força sobretudo no Rio de Janeiro e está diretamente ligada à Umbanda e ao Candomblé, religiões nas quais os orixás representam forças da natureza.
Costumes como pular sete ondas, acender velas na areia e oferecer flores ao oceano fazem parte desse imaginário, as flores, especialmente as palmas, são lançadas ao mar como oferenda.
Segundo a Agência Brasil, o uso de roupas brancas também tem raízes religiosas, pois na Umbanda, o branco é uma das cores associadas a Iemanjá. No Candomblé, a cor homenageia Oxalá, orixá ligado à vida, à paz e à transformação.
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A relação entre Iemanjá e o réveillon se fortaleceu a partir dos anos 1950, quando líderes religiosos passaram a estimular celebrações públicas como forma de enfrentar a intolerância religiosa.
Com o tempo, práticas antes restritas aos terreiros se espalharam e passaram a integrar o calendário cultural brasileiro, culminando na grandiosidade do réveillon de Copacabana, que ganhou projeção internacional a partir da década de 1990.
O ritual de pular sete ondas também carrega um significado espiritual, o número sete é considerado sagrado nas religiões de matriz africana e está associado à abertura de caminhos e à superação de dificuldades no ciclo que se inicia.
A chegada do Ano Novo não acontece ao mesmo tempo em todo o mundo, a primeira celebração ocorre na ilha de Kiribati, no Oceano Pacífico.
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No Brasil, o novo ano começa oficialmente em Fernando de Noronha, em Pernambuco, cerca de 15 horas depois. Já o último lugar a celebrar a virada é a Samoa Americana, também no Pacífico.
Réveillon pelo mundo
China
Ao contrário da maior parte do mundo, a China não segue o calendário gregoriano, o Ano Novo Chinês é baseado nos ciclos da Lua e pode ocorrer entre 20 de janeiro e 20 de fevereiro, segunda a Universidade Federal de Minas Gerais.
Cada ano é associado a um animal do zodíaco, tradição ligada ao budismo, em 2026, tem início o Ano do Cavalo.
As comemorações se estendem por vários dias e incluem decorações em tons de vermelho, danças do Dragão e do Leão, além de grandes deslocamentos para reunir famílias.
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O período se encerra com o Festival das Lanternas, quando ruas e praças são iluminadas por lanternas decoradas, simbolizando luz, prosperidade e renovação.
Canadá
No Canadá, a virada do ano acontece em meio ao inverno rigoroso, um dos costumes mais conhecidos é o Polar Bear Swim, em que participantes mergulham em lagos gelados como forma simbólica de purificação e compromisso com metas para o novo ano.
Em regiões rurais de Quebec, o dia 1º de janeiro também pode incluir pesca no gelo, acompanhada de refeições coletivas. Visitar as Cataratas do Niágara iluminadas ou observar a Aurora Boreal estão entre as experiências associadas ao período.
Colômbia
Na Colômbia, a virada é marcada por rituais de despedida, bonecos que representam o ano que termina são confeccionados e queimados pouco antes da meia-noite, simbolizando o fim de um ciclo.
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Outro costume chama a atenção nas ruas, pessoas correm com malas ao redor de seus quarteirões, acreditando que o gesto atrai um ano repleto de viagens. Levar lentilhas no bolso completa o conjunto de tradições do réveillon associadas à prosperidade.
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