Conferência nacional aprova propostas prioritárias para pessoas idosas
Paula Bulka Durães/Viva
20/12/2025 | 09h08
Brasília, 19/12/2025 – Após nove anos de interrupção, a Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (Conadipi) retomou o formato presencial, em Brasília (DF), para debater, criar, executar e fiscalizar políticas públicas voltadas às pessoas idosas.
Nesta sexta-feira, a 6ª edição do encontro organizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) chegou ao fim, com a plenária final aprovando 15 propostas prioritárias, entre as 90 definidas nos Grupos de Trabalho (GTs), que serão encaminhadas aos conselhos da pessoa idosa nos níveis municipal, estadual e nacional. Além das proposições, atingiram o número mínimo de votos 19 moções.
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Em entrevista ao VIVA, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, reforçou a importância de reunir as múltiplas velhices para deliberar sobre políticas públicas. "Esta conferência, primeiro, ela demonstrou a urgência e a importância de olharmos e termos uma escuta para a população idosa no Brasil, País que tem uma pluralidade de idosidades e formas de envelhecer", destaca.
Para a ministra, o principal obstáculo para a execução das propostas é o idadismo estrutural, presente no imaginário popular quando se fala em envelhecer.
"Precisamos sair de uma lógica que ainda é muito recorrente no Brasil. Um, de que as pessoas não vão envelhecer, dois, de que sobre envelhecimento é melhor não falar, quase como se fosse uma doença", complementa.
O secretário dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, celebrou o fim da conferência, mas ressaltou o trabalho árduo para o próximo biênio do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI), do qual é presidente na gestão 2025-2027. "Daqui pra frente, a ideia é pegarmos os encaminhamentos e começar a avançar realmente até eles serem executados."
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Brasil de fora do tratado internacional
Durante a conferência, o secretário mencionou a urgência de o Brasil ratificar a Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) – primeiro tratado internacional que assegura os direitos das pessoas idosas nas Américas, instrumento que dialoga com as propostas celebradas na Conadipi.
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O instrumento foi assinado pelo Brasil em 2015, mas nunca foi formalmente validado. Segundo o secretário, o tratado está paralisado no Congresso Nacional. "Que o domínio da conferência seja essa nossa oportunidade de dar mais estabilidade para os parlamentares que precisam ainda compreender que a potência do Brasil passa sim pel reconhecimento das mais diversas velhices", defende ao VIVA.
Propostas prioritárias aprovadas
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