Arquivo/Banco Central
São Paulo, 04/09/2025 - O programa 'Gás do Povo' será lançado nesta quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Belo Horizonte (MG). O benefício substituirá o Auxílio Gás de forma gradativa, a partir de novembro deste ano. A expectativa é atingir 15,5 milhões de famílias até março de 2026, três vezes mais do que o público beneficiado pelo modelo atual, de 5,13 milhões.
O público-alvo do programa são brasileiros registrados no Cadastro Único (CadÚnico) que recebem até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade aos beneficiários do Bolsa Família. No programa anterior, as famílias recebiam o benefício em dinheiro, baseado no preço médio nacional do botijão de gás (R$ 108), calculado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Agora, poderão retirar de 3 a 6 botijões por ano, dependendo do tamanho da família, diretamente com distribuidoras credenciadas, sem realizar qualquer pagamento. O governo antecipou quatro possibilidades de documentos emitidos em nome do responsável pela família que poderão ser apresentados no momento da retirada, critério ainda em fase de detalhamento. São eles:
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) destaca que, para ter acesso ao benefício, é preciso ter o CPF regularizado e manter o CadÚnico atualizado. Vale destacar também que o valor do frete para entrega do botijão não será contemplado pelo programa.
O preço referência do benefício será definido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério da Fazenda, com base nos dados da ANP. A novidade é que cada Estado vai definir o valor e atualizá-lo periodicamente, com o objetivo de contemplar todas as oscilações de preço – no modelo anterior, os R$ 108 estavam abaixo do valor do botijão em determinadas localidades do País.
Caso o preço do botijão na distribuidora esteja abaixo do liberado no vale, não haverá criação de crédito, troco ou acúmulo para o próximo benefício.
Os revendedores serão ressarcidos pela Caixa Econômica Federal pelo valor do preço de referência do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) do Estado de domicílio da família. Para se credenciar, os lojistas devem procurar a Caixa e cumprir os requisitos da identidade visual padronizada.
Segundo as regras do novo programa, caso não haja revendas cadastradas no município, o beneficiário deverá ir a outra cidade mais próxima, onde haja uma credenciada. Além disso, distribuidores de GLP com participação igual ou superior a 10% no Estado devem garantir a oferta do benefício nessas localidades.
O ministro do MME, Alexandre Silveira, disse ontem em entrevista à Voz do Brasil que a expectativa é cadastrar ao menos 58 mil postos de revenda no Brasil.
A motivação do programa, de acordo com o governo federal, é reduzir o uso de lenha para cozinhar, que expõem as pessoas a altos níveis de poluentes tóxicos. Segundo o Censo demográfico mais recente do IBGE, 12,7 milhões de famílias no País fizeram uso combinado do gás de cozinha e da lenha em 2022, o que representa 17% dos lares brasileiros, devido ao preço alto do botijão.
O programa está previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA). Ainda este ano serão destinados R$ 3,57 bilhões para a implementação e, em 2026, R$ 5,1 bilhões. O governo federal prevê distribuir 65 milhões de botijões por ano, com expectativa de repassar 58 milhões ainda em 2025.
A região Nordeste lidera com o maior número de famílias contempladas (7,1 milhões), seguida do Sudeste (4,4 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-oeste (889 mil). Entre os municípios que concentram mais beneficiários estão:
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