Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 20/10/2025 - Um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), realizado por pesquisadores da Universidade de Oslo, na Noruega, revelou que o cérebro masculino diminui de tamanho em um ritmo mais rápido do que o feminino.
Os cientistas analisaram 12,5 mil exames de ressonância magnética de 4.726 pessoas saudáveis, sem diagnóstico de Alzheimer ou outros comprometimentos cognitivos.
Cada participante foi acompanhado por cerca de três anos, o que permitiu observar em detalhe como o cérebro se transforma com o passar do tempo.
Entre as áreas mais afetadas nos homens está o córtex pós-central, região responsável por processar sensações táteis, dor e movimentos corporais.
Segundo o estudo, "Os homens apresentaram maior declínio no volume do lobo occipital e na área de superfície corporal fusiforme e pós-central. As mulheres apresentaram declínio mais acentuado no volume do lobo frontal e nas margens da área de superfície corporal do sulco temporal superior. O córtex pós-central apresentou a maior diferença, com os homens declinando de 8.279,55 mm² para 8.116 mm² ( -0,20% ao ano) versus as mulheres de 8.076 mm² para 7.982 mm² (-0,12% ao ano)."
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Apesar do declínio cerebral mais acentuado entre os homens, as mulheres ainda são mais afetadas pelo Alzheimer. Essa aparente contradição intriga os cientistas.
De acordo com especialistas ouvidos pela revista Nature, as diferenças estruturais entre cérebros masculinos e femininos não são suficientes para justificar o maior número de casos de demência em mulheres.
Isso sugere que outros fatores entram em jogo, como questões hormonais, genéticas, ambientais e sociais, além da maior longevidade feminina, que naturalmente aumenta o tempo de exposição ao envelhecimento cerebral.
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O Alzheimer é marcado por três alterações principais:
Essas mudanças comprometem o funcionamento cerebral, afetando inicialmente a memória recente e, em estágios mais avançados, as habilidades cognitivas e motoras.
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Embora o trabalho da Universidade de Oslo não estabeleça uma relação direta entre o ritmo de encolhimento cerebral e o desenvolvimento de demências, ele aprofundou a compreensão sobre como o envelhecimento afeta homens e mulheres de maneiras distintas.
Os pesquisadores afirmam que as conclusões podem ajudar no avanço de terapias personalizadas para a saúde do cérebro, levando em conta o sexo biológico e outros fatores que influenciam a saúde neurológica ao longo da vida.
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