Alaíde Costa chega aos 90 anos despretensiosa e com agenda cheia

Divulgação: Teatro Iguatemi

Nascida no Méier (RJ), Alaíde segue firme com parcerias e homenagens junto de amigas que também se aproximam dos 90 anos - Divulgação: Teatro Iguatemi
Nascida no Méier (RJ), Alaíde segue firme com parcerias e homenagens junto de amigas que também se aproximam dos 90 anos
Por Fabiana Holtz fabiana.holtz@viva.com.br

Publicado em 10/10/2025, às 16h14 - Atualizado às 16h25

São Paulo, 10/10/2025 - A cantora carioca Alaíde Costa, prestes a completar 90 anos (em 8 de dezembro), está com a agenda cheia. Ela, que é uma das vozes mais marcantes da MPB e considerada precursora da Bossa Nova, inspira longevidade. Independente, saudável e bastante ativa, a cantora ama cozinhar e receber os amigos em casa. Outro hábito é se embrenhar na história de um bom livro e ouvir as músicas de sua cantora preferida: Dalva de Oliveira. Mas não quer saber de redes sociais.

“Não uso redes sociais e não me interesso por isso. Acho que já tenho compromissos demais”, ri a cantora, um pouco tímida e reservada, em entrevista exclusiva ao Viva, após o show na noite desta quinta-feira, com José Miguel Wisnik, em São Paulo, no Teatro Iguatemi.

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Ao lado de Wisnik, Alaíde encantou o público no Teatro Iguatemi
Foto: Fabiana Holtz

No espetáculo com músicas do disco "O Anel", da dupla com Wisnik, eles foram acompanhados por Sidiel Vieira no contrabaixo, Sergio Reze na bateria e Nailor Proveta, no clarinete e sax.

Antes de encarar a plateia lotada, Alaíde revelou que ainda sente aquele friozinho na barriga, “com certeza. Palco é sempre palco, né?”

A amizade da dupla, inclusive, é antiga, teve início em 1968. Naquele ano, o compositor e pianista escolheu a cantora para interpretar sua canção "Outra viagem" no Festival Universitário de Música Popular da TV Tupi. A música ficou em quinto lugar, mas a amizade segue firme até hoje.

Agenda de parcerias e comemorações

Neste mês, a agenda de shows da cantora ainda prevê uma participação especial no show de Luedji Luna na série do Sesc Jazz, no dia 17, em São José dos Campos, e em São Paulo entre os dias 18 e 19. Na sequência, ela canta o repertório do álbum "Pérolas Negras", na Biblioteca Mário de Andrade, também na capital paulista, em 24 de outubro. Nessa apresentação, ela dividirá o palco com Eliana Pittman e Zezé Motta, parceiras no projeto.

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Alaíde Costa e Jorge Ben Jor, no espetáculo “O Fino da Bossa”, no Teatro Paramount, em 1964 - Arquivo Pessoal

Em 31 de outubro, Alaíde tem presença confirmada no show da amiga Claudette Soares, com quem dividiu o palco recentemente no The Town. No final do mês, Soares comemora o lançamento de um trabalho com músicas inéditas e também a chegada aos 90 anos. No repertório compositores do calibre de Marcos Valle, Roberto Menescal e João Donato, além de nomes mais jovens como Tim Bernardes, Zé Manoel e Joaquim. Para fazer a ponte entre essas gerações foram convocados Joyce Moreno, Nando Reis, Ronaldo Bastos e Zé Renato.

Em novembro, Alaíde se apresenta na Casa de Francisca entre os dias 4 e 5, na capital paulista, com um compilado de seus principais sucessos.

E chega ao Teatro Rival, no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro, ao lado de maestro, pianista e arranjador Gilson Peranzzetta. O espetáculo marca os 20 anos de lançamento de “Tudo que o tempo me deixou”, que rendeu a Alaíde o Prêmio Rival de melhor cantora, além da indicação ao Grammy Latino, na categoria de Melhor CD Romântico.

No repertório, músicas de Tom Jobim, Dolores Duran, Ivan Lins, Sueli Costa, Fátima Guedes, Vinicius de Moraes, além de músicas autorais de Alaíde e Peranzzetta.

Embora ainda não tenha agenda para turnê internacional, Alaíde conta que uma cidade que gostaria de revisitar cantando é Barcelona, na Espanha. “Que cidade encantadora”.

Uma estrela para Dalva

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Reprodução da capa do disco

Mesmo em meio à agenda cheia de apresentações, a cantora não abre mão de um encontro semanal com as amigas para colocar o papo em dia e cozinhar uma sopinha, seu passatempo predileto.

Sozinha ou com elas, gosta de ouvir a grande parceira Claudette Soares, que a trouxe para São Paulo, e Áurea Martins. Do circuito internacional, o preferido é o argentino Astor Piazolla. Entre os nomes da nova geração, cita Ilessi, Ayrton Montarroyos e Zé Manoel. 

Alaíde lembra com carinho a recente série de shows que realizou para divulgar o disco, lançado em maio deste ano, em homenagem a Dalva de Oliveira, sua grande paixão. ‘Uma estrela para Dalva’. Foram três shows em São Paulo, e um no Rio.

Em São Paulo, a artista contou com convidados como Edson Cordeiro, Filó Machado, Zé Manoel e do pianista André Mehmari. Em 17 faixas, ela homenageia a amiga com os clássicos ‘Bandeira branca’, ‘Teus ciúmes’, ‘Ave Maria no morro’ e ‘Fim de comédia’.

O álbum está disponível nos tocadores de mídias digitais como Spotify, Deezer, Amazon Music e Apple Music.

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