Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 14/10/2025 - O Egito voltou a encantar o mundo com a reabertura da tumba do faraó Amenhotep III, localizada no Vale dos Reis, em Luxor. Após 20 anos de um meticuloso processo de restauração, o túmulo do governante que reinou entre 1390 e 1350 a.C. volta a receber visitantes.
Segundo o Ministério do Turismo e Antiguidades do país, a tumba, que permaneceu oculta por mais de três mil anos, foi descoberta em 1799 e, desde então, enfrentou saques e deteriorações naturais.
O projeto de restauração contou com o trabalho de mais de 260 especialistas de diferentes países, sob liderança japonesa, em parceria com a UNESCO e o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
Leia também: Queijo mais antigo do mundo é encontrado enterrado com múmias; veja quantos anos ele tem
A equipe reforçou a estrutura, restaurou as pinturas e implementou modernos sistemas de iluminação e ventilação, tornando a visita uma verdadeira viagem no tempo.
Com cerca de 36 metros de extensão e 14 metros de profundidade, o corredor que leva à câmara principal impressiona pela grandiosidade e pela arte que cobre suas paredes.
Os murais mostram Amenhotep III em meio a divindades egípcias e cenas do Livro dos Mortos, um compilado de rituais e feitiços que orientava os falecidos em sua jornada pelo além.
O faraó, avô de Tutancâmon, governou em uma época marcada pela riqueza e pela construção de grandes monumentos, consolidando o Egito como um dos impérios mais poderosos da Antiguidade.
Leia também: Trump volta a ameaçar Brics e diz que não permitirá perda de valor do dólar
Grande parte dos objetos encontrados na tumba acabou distribuída por museus internacionais. Tesouros atribuídos ao reinado de Amenhotep III estão hoje no Louvre, em Paris, e no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.
Já sua múmia está exposta no Museu Nacional da Civilização Egípcia, no Cairo, atraindo estudiosos e curiosos de todo o mundo.
Confira 5 curiosidades sobre o Egito, segundo site da Universidade Federal do Paraná:
Quando os árabes se depararam com os corpos escurecidos das antigas mumificações egípcias, acreditaram que eles eram cobertos por betume.
Em árabe, mummyia significa betume, e foi dessa palavra que nasceu o termo 'múmia' usado até hoje. Na verdade, o escurecimento vinha da resina usada no processo de preservação dos corpos.
Durante os sepultamentos, era comum colocar pequenas figuras chamadas shabtis ao lado do corpo. Elas representavam servos que acompanhariam o morto na vida após a morte.
Leia também: Ranking revela os melhores destinos do mundo para viajar em 2025; confira
Com o tempo, surgiu a crença de que pessoas vivas eram enterradas com o faraó para servi-lo no além, mas isso nunca aconteceu, os shabtis eram feitos de barro ou terracota.
A ideia de que as tumbas egípcias carregavam maldições nasceu após a descoberta da tumba de Tutancâmon, em 1922.
Quando o patrocinador da escavação morreu pouco tempo depois, jornais estrangeiros, proibidos de cobrir a expedição britânica, criaram a narrativa de que os faraós se vingavam de quem perturbasse seu descanso.
O mito se espalhou e inspirou filmes, livros e lendas até os dias de hoje.
Os antigos egípcios chamavam sua terra de Kemit, que significa 'O Negro'. O nome faz referência ao lodo escuro deixado pelas cheias do rio Nilo, que fertilizava o solo e tornava a agricultura possível. Esse detalhe mostra como o rio era essencial para a sobrevivência e a prosperidade da civilização egípcia.
Leia também: Brasil pede à ONU mais verba para hospedar países em Belém na COP30
Apesar de o Egito ser famoso por seus artefatos de ouro, o metal era escasso na região. A maior parte vinha da Núbia, território conquistado e controlado politicamente pelos faraós. Essa relação permitia ao Egito manter o prestígio e a riqueza que ainda hoje impressionam o mundo.
A reabertura da tumba de Amenhotep III reforça o papel do Egito como guardião de uma das culturas mais fascinantes da história humana.
Entre deuses, mitos e pirâmides, o Egito continua despertando curiosidade e admiração em quem busca entender os segredos da civilização que moldou as bases do mundo antigo.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.