Foto: Divulgação/TV Globo
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 02/09/2025 - A televisão brasileira se despede de uma era. William Bonner anunciou na última segunda-feira (1º) que deixará o Jornal Nacional após 29 anos, período em que se consolidou como uma das vozes mais reconhecidas do jornalismo do País.
Desde sua estreia em 1996, o apresentador esteve em mais de 10 mil edições do telejornal e atravessou coberturas que marcaram gerações, de eventos esportivos a crises políticas, de tragédias globais a conquistas históricas.
Em 2001, Bonner esteve à frente da cobertura ao vivo do ataque às Torres Gêmeas, em Nova York. A edição especial do JN naquela noite e nos dias seguintes foi indicada ao Emmy Internacional, reconhecimento máximo da televisão mundial.
No ano seguinte, o assassinato do jornalista Tim Lopes, no Rio de Janeiro, mobilizou o País. Bonner conduziu uma edição emocionante em memória do colega, encerrando o telejornal com um tributo coletivo da redação, que o aplaudiu de pé.
Desde 2002, Bonner participou diretamente de todas as sabatinas com candidatos à Presidência da República, tradição que reforçou o papel do JN como palco central da política nacional.
Coberturas internacionais também marcaram sua trajetória. Em 2005, após a morte do Papa João Paulo II, Bonner ancorou o telejornal diretamente de Roma, repetindo a experiência em 2025 com o falecimento de Francisco.
Em 2015, na celebração do cinquentenário da emissora, Bonner comandou um encontro histórico de jornalistas e cedeu a bancada do JN para Cid Moreira e Sérgio Chapelin, símbolos da primeira fase do telejornal.
Entre os maiores desafios da carreira, a pandemia foi um marco. Bonner esteve diariamente ao lado de Renata Vasconcellos levando informações sobre números, medidas de prevenção, avanços da ciência e desmontando fake news em meio a uma das maiores crises sanitárias da história.
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Em 2011, o Jornal Nacional venceu o Emmy Internacional pela cobertura da ocupação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Bonner representou a equipe na cerimônia em Nova York e fez questão de expor o prêmio na bancada do telejornal.
Durante quase três décadas, William Bonner acompanhou sete Copas do Mundo, três conclaves papais, eleições no Brasil e nos Estados Unidos e acontecimentos que redefiniram o século.
Mais do que a marca de editor-chefe e apresentador, deixa o Jornal Nacional com o peso de ter sido um dos principais narradores da história recente do Brasil.
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