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Como práticas que visam a longevidade saudável podem beneficiar as empresas

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Apenas 12% têm práticas e atitudes direcionadas ao envelhecimento saudável; esse comportamento também beneficia empresas - Adobe Stock
Apenas 12% têm práticas e atitudes direcionadas ao envelhecimento saudável; esse comportamento também beneficia empresas
Por Claudio Marques

15/12/2025 | 15h30

São Paulo, 15/12/2025 - Todo mundo quer longevidade, mas poucos se planejam para isso. É o que se pode deduzir dos resultados da pesquisa global The Longevity Paradox: Why we don´t plan for healthy Aging before it’ too late (O paradoxo da longevidade: porque não planejamos um envelhecimento saudável antes que seja tarde demais). Realizado pela Boston Consulting Group, o estudo entrevistou 9.350 pessoas em 19 países, incluindo o Brasil, e apurou que 68% dos entrevistados são considerados em um estágio incipiente da jornada de longevidade, ou seja, são pessoas que não se importam, são curiosas, mas inconsistentes, ou experimentam, mas sem rotina.

O resultado, segundo a sócia e diretora executiva do Boston Consulting Group, Nádia Leão, é que a falta de preparo para a longevidade provoca um efeito perverso que onera o sistema de saúde e o mundo corporativo. Ela destaca que pessoas que não se cuidam ficam mais doentes, o que resulta em afastamentos do trabalho, onerando sistemas de saúde e a produtividade das empresas. 

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“Hoje, o grande tema, quando se pensa em impacto de longevidade, é que muitas pessoas acabam sendo afastadas da vida corporativa, porque elas têm algum problema ou uma doença relacionada a estresse ou a burnout”, afirma.

“Essas coisas estão muito conectadas. As empresas podem ajudar os seus colaboradores a terem consciência de como personalizar o conhecimento (para uma longevidade saudável) para a sua realidade. E ele vai se traduzir esse comportamento em produtividade, em felicidade corporativa e em extensão da vida útil dessas pessoas na maior parte das empresas”, acrescenta.

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O interesse pela longevidade saudável 

O estudo classifica os grupos de acordo com o nível de interesse e de práticas que contribuem para a longevidade. A saber: 

Desinteressados: 18% - Jovens adultos (20-30 anos), saudáveis e com renda baixa. Veem longevidade como invenção comercial e não agem preventivamente. Conteúdo passivo não motiva a mudança.

Curiosos: 21% - Jovens e idosos saudáveis/com condições preexistentes e renda média/baixa. Têm interesse, adotam algumas rotinas de bem-estar, mas as  abandonam rapidamente. Frustração com inconsistência de resultados e dificuldade em filtrar o "ruído" online sobre medidas a adotar.

Experimentadores: 29%  - Maior grupo. inclui de jovens a idosos com renda média. Sentem os primeiros sinais da saúde declinar. Tentam múltiplas intervenções sem estrutura, buscando resultados rápidos. Sobrecarga de conteúdo e falta de curadoria/apoio personalizado para aplicação eficaz.

Otimizadores: 21% - Adultos (>55 anos), renda média/alta, com comorbidades. Longevidade é central. Racionalizam intervenções e buscam apoio profissional personalizado. Dificuldade de coordenar múltiplos serviços e fadiga de decisão; tendem a delegar a especialistas.

Pioneiros: 12% - Adultos (30-40 anos), renda mais alta. Adotam a longevidade como estilo de vida, investindo em diagnóstico e triagem científica avançada.Altos custos, barreiras de acesso e necessidade de discernir ciência do "hype".

De acordo com Leão, o grupo dos incipientes é formado pela soma dos arquétipos de desinteressados, curiosos e experimentadores. Ela dá mais detalhes sobre as posturas e atitudes de cada grupo.

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Os comportamentos

A diferença do grupo que nega a longevidade, o dos desinteressados, que têm uma postura do tipo “deixa a vida me levar”, com o dos curiosos é que os integrantes do primeiro grupo, no máximo, vão consumir uma vitamina, um suplemento, segundo a executiva.

Os curiosos já começam a ter mais consciência. “Usam produtos que são bons para para a microbiota e para o intestino, já começam a usar alguns remédios relacionados à plantas medicinais. Algumas pessoas já começam a fazer, por exemplo, o jejum intermitente”, analisa. 

Os experimentadores, como o nome diz, já começam a experimentar uma rotina de alimentação com suplementação, já usam produtos à base de proteína, têm rotinas mais de beleza, de skin care, adotam comida e alimentos mais funcionais na rotina e já começa a ter um pouco mais de noção sobre a relação, por exemplo, de como lidar com estresse, como lidar com sono.

Em relação aos chamados otimizadores, Leão diz que eles já começam a ter muito mais controle sobre a rotina do que comem, como se exercitam, como dormem, ele já começa a também ter um pouco mais acesso principalmente à nutrição personalizada e ele faz também de certa forma um uso mais disciplinado dos resultados e principalmente dos dispositivos que eles usam. 

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Pioneiros estão à frente 

“Os pioneiros estão em um outro patamar”, declara Leão. Eles já têm uma noção, por exemplo, de temas de saúde, de cognição cerebral. Fazem muito mais exames para entender como otimizar os diferentes gaps que eles têm no corpo. Fazem terapias mais experimentais e já começam também a usar aplicativos de inteligência artificial para começar a personalizar e modular seu comportamento”, diz a executiva.

Ela argumenta que “o grande problema” é que hoje se observa que várias doenças crônicas, que antes afetavam as populações com idades de 60, 70 ou mais, estão atingindo pessoas cada vez mais cedo.

“Isso gera um efeito muito danoso, para a empresa e para o estado, porque essas pessoas ficam mais afastadas, pegam mais atestados, acabam onerando mais o sistema de saúde, tanto o público como o privado”, alega.

Leão lembra: a longevidade saudável e autônoma começa agora com ações que promovam a saúde e o bem-estar.

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