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Boato sobre "espionagem do Pix" reaparece e preocupa autoridades; entenda

Foto: reprodução/Receita Federal

O comunicado reforça que a desinformação sobre suposto "monitoramento" favorece diretamente criminosos que exploram brechas sistêmicas - Foto: reprodução/Receita Federal
O comunicado reforça que a desinformação sobre suposto "monitoramento" favorece diretamente criminosos que exploram brechas sistêmicas

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 17/10/2025, às 17h36

São Paulo, 17/10/2025 - A Receita Federal voltou a emitir um alerta público sobre a circulação de notícias falsas que afirmam, equivocadamente, que o órgão monitora transações individuais realizadas por meio do Pix.

Segundo a Receita Federal, a informação é incorreta e pode favorecer esquemas criminosos, como os investigados na Operação Carbono e seus desdobramentos.

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Em nota, a Receita enfatiza que não possui, e não terá, dados sobre a modalidade de pagamento (se a transação foi feita por Pix, TED, DOC ou depósito), valores de operações individuais, nem a identificação detalhada da origem ou destino dos recursos.

O objetivo de estender obrigações às fintechs, explica o órgão, é dar instrumentos às autoridades para combater o crime organizado, não para vigiar pagamentos de forma individualizada.

O comunicado reforça que a desinformação sobre suposto "monitoramento" favorece diretamente criminosos que exploram brechas sistêmicas.

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Casos recentes, ligados à Operação Carbono, servem como exemplo de como a falta de instrumentos de controle facilita a atuação de quadrilhas.

Pix e dinheiro
Pix Automático - Adobe Stock

Segundo o Banco Central do Brasil, existem medidas seguranças essencial para essa privacidade e segurança: 

1. Autenticação do usuário

Toda transação precisa ser iniciada em ambiente seguro da instituição financeira do cliente, seja por senha, biometria, reconhecimento facial ou token, garantindo que o pedido partiu do próprio titular.

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2. Rastreabilidade das operações

Pelo desenho técnico do sistema, as operações no Pix são rastreáveis, o que facilita identificar contas receptoras de recursos obtidos por fraude ou crime e apoiar investigações policiais, algo que não ocorre com saques em caixas eletrônicos.

3. Tráfego seguro

As mensagens e dados do Pix circulam pela Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN), uma infraestrutura separada da internet, com criptografia e exigência de certificados de segurança para os participantes.

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Dados pessoais vinculados às chaves Pix são armazenados de forma criptografada pelo Banco Central.

4. Regras operacionais e mecanismos de proteção

O regulamento do Pix prevê responsabilidades das instituições por fraudes decorrentes de falhas em seus controles, impedimentos a varreduras indevidas de informações pessoais.

Limites de valores ajustáveis conforme perfil de risco e canais de atendimento, geração controlada de QR Codes dinâmicos e mecanismos que possibilitam bloqueio e devolução de valores em caso de golpe.

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O que fazer se você for vítima de golpe via Pix?

A Receita e o Banco Central orientam procurar imediatamente a instituição financeira para acionar o MED (Mecanismo Especial de Devolução), criado para agilizar a restituição de valores em casos de fraude.

É recomendável registrar boletim de ocorrência e reunir comprovantes para formalizar a reclamação.

Quando o banco comprova o golpe, o valor deve ser restituído em até 96 horas após sete dias da notificação, caso haja saldo disponível na conta do recebedor, caso contrário, a instituição deve monitorar a conta por até 90 dias e realizar devoluções parciais conforme surgirem recursos.

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Se a situação não for resolvida pelo banco, a recomendação é procurar o Procon estadual ou o Poder Judiciário e registrar reclamação junto ao Banco Central.

A Receita Federal conclui pedindo cautela, desconfie de mensagens que prometem "monitoramento" ou acesso a dados pessoais do Pix e informe as autoridades sobre qualquer tentativa de golpe.

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